No início do ano de 2023 eu escrevi, neste mesmo espaço, um artigo com o mesmo título deste, “1 ano de barbárie”. Naquele artigo, eu tratei do primeiro ano da invasão russa na Ucrânia, e da carnificina que se seguiu. Hoje, sob o mesmo título, trato de outro ano de barbárie, agora no Oriente Médio.  

No último dia 7 de outubro completou-se um ano do surpreendente e covarde ataque perpetrado pelos terroristas do Hamas contra milhares de civis israelenses, no que ficou conhecido como o “11 de setembro de Israel”, dada a dimensão do ataque. Naquele fatídico dia, milhares de terroristas do Hamas mataram, barbarizaram e sequestraram israelenses em um bem planejado ataque surpresa dentro do território israelense. 

O que se seguiu foi uma feroz retaliação das forças israelenses contra o Hamas que, para além do legítimo contra-ataque aos terroristas, vitimou covardemente milhares de civis palestinos por meio de bombardeios indiscriminados contra a Faixa de Gaza. 

Depois de dizimar o Hamas, Israel voltou suas armas contra o Hezbollah, que desde os ataques de 7 de outubro, vinha intensificando o lançamento de baterias de misseis contra o norte de Israel. Após um cirúrgico ataque dos serviços de inteligência de Israel, que explodiu centenas de “pagers” pertencentes à membros do Hezbollah, e ceifou a vida de vários desses membros, a força aérea israelense iniciou um intenso bombardeio no território dominado pelo Hezbollah, no sul do Líbano, matando o chefe o grupo, Nassan Nasrallah, em um bem sucedido “ataque de decapitação” contra o grupo. 

Com o Hamas e o Hezbollah bastante enfraquecidos, que atuam como “braços” do Irã, o país persa acabou entrando de forma mais direta no conflito, com o lançamento de centenas de misseis balísticos contra o território israelense, em um escalada sem precedentes da antiga hostilidade existente entre os países. 

E assim a tragédia humanitária vai se perpetuando e a barbárie vai se espalhando ainda mais pelo mundo. 

DANILO PIMENTA SERRANO É ADVOGADO E PROFESSOR UNIVERSITÁRIO