Movimento visa criação de projeto que abranja toda rede de saúde pública inclusive os não oncológicos

Médicos que atuam no Hospital de Amor e Santa Casa defendem políticas específicas para inclusão dos cuidados paliativos na rede pública de saúde. Os profissionais apresentaram o tema no IRCAD e participam ativamente de movimento nacional para implantação dos serviços a todos os pacientes incluindo os não oncológicos.

O médico Luis Fernando Rodrigues explicou a necessidade de ampliar o debate para encarar o tema como política pública. “Barretos está incluída em um grande movimento nacional com objetivo de aprovar em conferências municipal, regional e estadual uma proposta para apresentar na Conferência Nacional”, disse. A Conferência em Brasília acontece em julho e pretende sensibilizar o Ministério da Saúde para criação de protocolos que garantam a acessibilidade do serviço.

“A maioria dos cuidados paliativos está em hospitais, mas a atenção básica, média e alta complexidade têm também essa necessidade, precisamos de um grande esforço para expandir a todo o sistema”, destacou. O médico explicou que os cuidados abrangem as famílias que têm o direito de serem assistidas adequadamente. “Os familiares precisam de comunicação, de saber como lidar com esse paciente incluindo cuidados psicológicos e espirituais. Estamos falando de uma necessidade pública”, afirmou.

SANTA CASA:  Renata Guimarães é médica e uma das responsáveis pela implantação dos cuidados paliativos na Santa Casa. O serviço está vigente há 8 meses e teve início a partir das demandas apresentadas pelos próprios médicos. “Todos estão acostumados com os cuidados paliativos em pacientes oncológicos, mas precisamos olhar para aqueles que têm outras doenças que ameaçam a vida”, disse. A médica informou que o serviço assiste pacientes com demências avançadas, com problemas cardíacos e pulmonares terminais, renais crônicos e outras patologias. “Os colegas médicos nos pediam para controlar e aliviar sintomas, cuidar das famílias e principalmente dar qualidade de vida a esses pacientes fragilizados”, destacou.

A geriatra informou que a Santa Casa dispõe de uma enfermaria pequena para esse atendimento. “Levantamos a bandeira do movimento paliativista na rede SUS, estamos animados em divulgar esse direito de todos e vamos lutar por isso”, finalizou.

QUALIDADE: A pediatra Érica Boldrini ressaltou que os cuidados paliativos agregam qualidade de vida ao tratamento que muitas vezes é difícil. “Importante disponibilizar para quem tem doenças que ameaçam a vida, conseguimos aliviar sintomas físicos, psicológicos, sociais e espirituais junto de uma abordagem multidisciplinar”, destacou. O secretário municipal de saúde, Mussa Calil Neto, elogiou o trabalho realizado no Hospital de Amor e reforçou a necessidade de ampliação na Santa Casa. “Importante para dar um conforto para paciente e família nessa fase difícil e o que for preciso para ajudar, faremos”, finalizou.