Um grito mentiroso
O Diário - 6 de abril de 2024
Priscila Ventura Trucullo é professora de história da rede pública estadual; @pritrucullo
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Não por acaso, há 10 anos, realizava-se em Barretos um ciclo de palestras sobre os 50 anos do Golpe de 1964, promovido pela Secretaria Municipal de Cultura, que tinha à frente uma historiadora, a professora Karla Armani. Naquela época, contávamos também com uma presidenta no comando do executivo nacional, que fora, ela própria, vítima dos torturadores a serviço da ditadura. Seu compromisso com a memória evidenciou-se através de eventos oficiais e divulgação do relatório final da Comissão Nacional da Verdade, elucidando diversos crimes contra a humanidade, cometidos naquele período. O preço que Dilma Rousseff teve de pagar pela coragem, conhecemos muito bem. Hoje, de nossa cidade parte um retumbante silêncio, que, infelizmente, faz coro a um acuado governo no Palácio do Planalto. Um erro dramático, afinal como nos lembrou o filósofo Edmund Burke: “um povo que não conhece a sua história, está condenado a repeti-la.” Resta, portanto, aos intelectuais, e em especial, aos historiadores, a tarefa de lembrar aos nossos concidadãos aquilo que muitos gostariam de ver esquecido ou reescrito sob as linhas do golpismo e da mentira. Lembrar para não esquecer, para que não se repita. Ditadura Nunca Mais!
Priscila Ventura Trucullo é professora de história da rede pública estadual; @pritrucullo