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A conturbada eleição norte-americana

danilo-pimenta-serrano - 11 de julho de 2024

A conturbada eleição norte-americana

Danilo pimenta serrano é advogado e professor universitário

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Tudo indica que a eleição presidencial norte-americana no próximo mês de novembro será uma das mais conturbadas desde a disputa entre George W. Bush e Al Gore, que acabou sendo decidida pela Suprema Corte no ano 2000. 

No momento em que escrevo esse artigo, os norte-americanos se veem na situação de terem que escolher entre o ruim e o péssimo. Todavia, há a chance, cada vez mais concreta, do presidente Joe Biden desistir de sua candidatura à reeleição, em razão de sinais cada vez mais frequentes de senilidade, que ficaram mais evidentes após o desempenho sofrível do presidente no recente debate com o ex-presidente Donald Trump.

Dos possíveis nomes para substituir Joe Biden na disputa, a mais cotada, a apagada vice-presidende Kamala Harris, estaria em empate técnico com o ex-presidente nas pesquisas. Por sua vez, o nome democrata mais forte contra Trump, que as pesquisas dão ampla vantagem contra o republicano, é o da ex-primeira-dama Michele Obama, que, por enquanto, não demonstra nenhuma disposição em concorrer à Casa Branca. 

Donald Trump, por sua vez, parece ser o candidato consolidado no partido republicano, apesar de sua recente condenação criminal por um tribunal de Nova York, que o declarou culpado de 34 acusações em um caso de suborno a uma atriz. A sentença estava prevista para ser publicada nesse mês de julho, quando seria conhecida a pena do ex-presidente. 

Todavia, para embaralhar o cenário, na semana passada a Suprema Corte, por 6 votos a 3, definiu que um presidente possui imunidade absoluta para atos que praticou dentro de suas funções constitucionais. Assim, diante de de um pedido da defesa de Trump para anular a condenação, e adiar a sentença, para que fosse analisado o impacto da decisão da Suprema Corte sobre a condenação do ex-presidente, a divulgação da sentença deve ser postergada.  

Tudo isso ocorre a mais de 4 meses do pleito, em um momento em que as candidaturas não foram nem sequer oficializadas nas respectivas convenções partidárias, o que indica um período eleitoral digno das melhores séries políticas, tão populares na televisão.