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O seguimento de Jesus é radical e exigente

Diocese de Barretos - 13 de outubro de 2024

O seguimento de Jesus é radical e exigente

O seguimento de Jesus é radical e exigente

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Na sequência do texto de domingo passado, o Evangelho deste dia nos convida a um seguimento radical: “vai, vende tudo o que tens, dá aos pobres e segue-me”. Seguir Jesus é relativizar todas as outras coisas, a fim de que ele seja absoluto em nossa vida e acolhamos seu Reino, já presente entre nós, ao qual pertenceremos completamente na eternidade.

Jesus caminhava quando alguém lhe dirigiu uma pergunta, ajoelhando-se diante dele e dizendo: “Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?” Tal pergunta foi respondida por Jesus com outra: “Por que me chamas de bom? Só Deus é bom” (v.18).

Em seguida, Jesus o interroga acerca do conhecimento dos mandamentos de Deus: “não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; não prejudicarás ninguém; honra teu pai e tua mãe!” (v.19). A pessoa responde a Jesus que, desde sua juventude, tem observado tudo isso (v.20). Trata-se de se justificar diante do Senhor. Para ganhar a vida eterna, porém, não basta praticar o que se pode alcançar; é necessário um fazer sagrado, que exige conversão, ajustamento à vontade de Deus.

Nesse caso, Jesus oferece um olhar amoroso (v.21), baseado nos esforços genuínos do ser humano e em seu êxito em observar os mandamentos da Lei de Deus. “Fitando-o, Jesus o amou” significa que o olhar do Senhor identifica naquele homem um desejo de ser justo e de se ajustar à vontade divina. Esse amor conduz o chamado para o discipulado (v.21): “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens, dá aos pobres e segue-me”.

Trata-se de um amor exigente. No judaísmo, a riqueza era tida como um sinal de favor divino, do qual resultava a obrigação de dar esmola aos pobres. Ao homem, porém, 

não se pede que somente dê esmolas aos pobres, mas também que compartilhe o estilo de vida de Jesus, pobre por natureza, vivendo de forma empobrecida, desapegada de bens materiais. Jesus depende apenas de Deus e por isso proclama a vinda iminente de seu Reino, que não se conforma aos reinos humanos, dos poderosos, nem os imita. Jesus é, para todos, o protótipo daquele que doou sua riqueza total aos pobres, fazendo-se pobre para nos salvar e nos enriquecer com sua graça salvífica.

Ajudar a comunidade a discernir que o dinheiro é importante, mas não é o que confere felicidade ao coração humano. É preciso ser sábio e viver com o necessário para ser feliz. O que temos em excesso pode nos impedir de seguir o Senhor. Cabe-nos pôr nossos bens a serviço dos vulneráveis. Buscar a sabedoria é fundamental para seguir Jesus, tornando-nos abertos a seu convite ao discipulado. Sua Palavra torna-se eficaz e viva à medida que somos afetados por ela e nos dispomos a servir e amar.

(fonte: Revista “Vida Pastoral, Paulus, n. 359)