A Pedagogia da Gentileza
kleber-aparecido-da-silva - 13 de novembro de 2024
Kleber Aparecido da Silva é professor Associado 3 dos Cursos de Letras e de Relações Internacionais da UnB. É Bolsista de Produtividade em Pesquisa pelo CNPq – 2A
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No dia 13 de novembro de 2024, é conhecido tanto no Brasil quanto no exterior como o “Dia da Gentileza”. Mas, o que é gentileza (em grego)? A palavra e/ou construto “gentileza” está intimamente relacionada com a humildade, a mansidão, a brandura e a razoabilidade. “Humildade”, por sua vez, tem uma (inter)relação com a avaliação que a pessoa faz de si mesma; “mansidão”, com a atitude da pessoa para com os modos de agir de Deus/autoridade divina e do homem com respeito a ela mesma, e “gentileza” (meiguice, suavidade), com o tratamento que ela dispensa aos outros. A gentileza tem, segundo informações obtidas no site jw.org., uma forte ligação com a brandura de disposição ou de modos. Ser “gentil” é, em síntese, suavizar, apaziguar ou aplacar, ou acalmar seja o que for que a pessoa esteja fazendo, tal como falando, tocando música, agindo em certo assunto, etc.
Contudo, na sociedade do cansaço marcada pela violência, descrença, abandono, desespero, desamparo, desumanização e exploração, muitos vezes nós esquecemos de manifestar “gentilezas” nos tratos diários que temos e mantemos com as pessoas – sejam nos familiares, amigos e colegas. Podemos demonstrar “gentilezas” de várias formas: ao abrir a porta para uma pessoa; ao sorrir à quem te sorri; dar passagem no trânsito à quem tem pressa. Ser gentil é, a meu ver, ter um comportamento educado, amável, elegante e cordial com todo mundo, sem distinção/preconceito. Essa atitude inspiradora transforma, faz com que os outros também sejam gentis e provoca uma corrente do bem!
O que eu proponho neste artigo é que (re)pensemos em formas práticas de contribuir com a mudança de uma mentalidade egocêntrica e que, por muitas vezes, evidencia a colonialidade que temos e que mantemos. Para tal intento, faz-se mister a (re)construção de um processo educativo crítico em que o/a indivíduo/a compreenda as suas identidades múltiplas e fragmentadas e conceba o(s) outro(s) como um ser necessário para a sua (re)construção identitária como cidadão planetário, que sabe dos seus direitos e exerce os seus deveres, dentre eles, o de respeitar o outro, o próximo e de agir com gentileza.