Odair de Moura e Silva, próximo prefeito de Barretos, foi eleito com 26.374 votos computados pela soberana urna eletrônica na eleição do dia 6 de outubro de 2024. Se contarmos desde o tempo da Intendência Municipal, ele será o 43º prefeito de Barretos. Porém, como apenas os prefeitos mais recentes vivenciaram o processo eleitoral por meio da urna eletrônica, talvez seja importante lembrar como era o sistema de votação anterior à essa tecnologia. Voltemos aos tempos da caneta de pena e do papel impresso.

            O primeiro intendente municipal também foi um Silva, chamava-se Raphael da Silva Brandão, eleito entre os vereadores o Intendente Municipal de 1892. À época de Raphael e durante décadas, o voto era por escrito (no contexto do voto de cabresto). Episódios turbulentos e violentos ocorreram na cidade justamente por causa desse tipo de votação dos coronéis e seus capangas (a exemplo das eleições de 1907 e 1919). Com o passar das décadas e mudanças constitucionais, o voto continuava pelo modelo impresso, fato que tornava a apuração mais lenta e, em alguns casos, duvidosa.

Tudo começou a mudar em outubro de 1994, quando em Barretos pela primeira vez usou-se computadores para a transmissão dos resultados da eleição. Era o início da informatização na justiça eleitoral da comarca. Dois anos depois, a urna eletrônica foi criada no Brasil, mas abrangeu apenas 30% do eleitorado. Foi em 1998, quando era juiz eleitoral o dr. João Flávio de Castro, que os barretenses usaram a urna eletrônica pela primeira vez; experiência válida para 60% do eleitorado nacional, onde o modelo de urna eletrônica apresentava de forma inédita a fotografia dos candidatos. O juiz dr. João Flávio organizou apresentações das urnas em locais de fácil acesso à população, como o cartório eleitoral, o shopping center e supermercado, a fim de familiarizar os eleitores com a nova tecnologia. Grande esforço também foi dedicado aos eleitores da zona rural e ao treinamento de mais de 700 mesários que conduziriam aquele processo eleitoral.

É importante que a população barretense conheça a história da cidadania na cidade, até mesmo para entender a evolução das tecnologias entre a pena, o impresso e a segurança do voto eletrônico. Afinal, o voto é sempre soberano.