Câncer de colo de útero: Caminhos para a prevenção
O Diário - 21 de dezembro de 2024
Lívia Oliveira Silva, estudante do 8º período do curso de medicina da FACISB, orientada pela profª Ana Carla Franco Ubinha
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O câncer de colo de útero, ou câncer cervical, é o terceiro mais comum entre as mulheres no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 50 mil novos casos são esperados entre 2023 e 2025, com maior incidência nas regiões Sudeste e Nordeste. Esses dados destacam a importância de conhecer as formas de prevenção e rastreamento da doença.
A principal causa do câncer cervical é a infecção pelo Papilomavírus humano (HPV), transmitido sexualmente. Sem vacinação, a maioria das pessoas sexualmente ativas será infectada ao longo da vida, e cerca de 20% dessas infecções podem evoluir para doenças graves, incluindo o câncer em questão. Destaca-se que os tipos 16 e 18 do HPV são responsáveis por cerca de 70% dos casos oncológicos.
A vacina contra o HPV é oferecida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e está disponível em dose única para meninas e meninos de 9 a 14 anos. Esta medida de prevenção primária visa evitar a infecção pelo HPV e, consequentemente, reduzir o risco de câncer cervical. Além disso, o uso de preservativos em todas as formas de atividade sexual também é recomendado para diminuir a incidência de doenças sexualmente transmissíveis.
A prevenção secundária é realizada por meio do exame citopatológico (Papanicolau), a principal estratégia de rastreamento para detectar lesões precoces em mulheres assintomáticas. O exame deve ser iniciado aos 25 anos, naquelas que já iniciaram a vida sexual. Nos dois primeiros exames, a periodicidade é anual; após resultados negativos, o intervalo pode ser de três anos até os 64 anos. Mulheres com 64 anos ou mais que nunca realizaram o exame devem fazer dois testes com intervalo de 1 a 3 anos. Se ambos forem negativos, poderão interromper os exames. Em breve, o Ministério da Saúde também poderá incluir o teste para detecção de HPV como parte do rastreamento.
Assim, promover a vacinação contra o HPV e o rastreamento regular são métodos essenciais para reduzir a incidência do câncer de colo de útero. A educação em saúde e o acesso a essas estratégias podem transformar a realidade dessa doença e proteger as gerações futuras.