Entre algoritmos e estetoscópios: impacto da IA na prática médica
O Diário - 15 de janeiro de 2025
Victoria Louyse Vaz Constantino, estudante do 2º período do curso de medicina da FACISB, orientada pelo prof. Carlos Sitta Sabaini
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A inteligência artificial (IA) tem se consolidado como uma ferramenta transformadora no cotidiano dos indivíduos, com destaque para sua aplicação em assistentes virtuais, como Alexa e Siri. Na medicina, sua presença está revolucionando diagnósticos, tratamentos e acompanhamento de pacientes, auxiliando os médicos na tomada de decisões mais rápidas e precisas. No diagnóstico, a ferramenta utiliza técnicas avançadas de imagem para detectar doenças com maior precisão. No tratamento, a IA é capaz de criar planos de intervenção eficazes, baseados em evidências e dados médicos, personalizados para cada paciente. Essa ferramenta tem demonstrado um potencial significativo em áreas como a hematologia, onde sua aplicação na análise de lâminas de sangue e medula óssea, por microscopia óptica, possibilita elevada acurácia em diagnósticos diferenciais. Outra utilidade importante acontece na avaliação dos dados de bancos de doadores de medula óssea para transplantes alogênicos, onde a melhor compatibilidade final com receptores pode ser predita com maior agilidade. Tais aplicações poderão mitigar o erro humano e reduzir o tempo (atualmente grande) de busca por doadores. Entretanto, o uso crescente da IA na medicina levanta questões éticas e de biossegurança, especialmente pelo risco de sistemas autônomos falharem e o monitoramento humano não ser adequado. A IA deve complementar e não substituir a prática clínica, onde permanecerá o papel insubstituível do médico como cuidador, único capaz de manifestar empatia pelo paciente. Em conclusão, a IA representa um avanço significativo para a medicina, permitindo diagnósticos mais rápidos e precisos, no entanto, sua implementação precisa ser feita de forma cuidadosa e com embasamento ético, garantindo que a tecnologia não desumanize a prática clínica, mas complemente as habilidades dos profissionais de saúde. Com ética e responsabilidade, o futuro da medicina será, sem dúvida, uma integração profícua entre algoritmos e a experiência clínica dos médicos, garantindo um cuidado mais eficiente e humano ao unirmos inteligência artificial à empatia natural.