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Celulares nas escolas: quem são os vilões?

O Diário - 11 de fevereiro de 2025

Celulares nas escolas: quem são os vilões?

André Luís L. Ribeiro, graduado em Letras pela Unesp e especialista em Design Educacional. Professor do curso de redação Vozes Humanas

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“Eles já nascem sabendo mexer no celular”. Quantos de nós já não ouvimos isto várias vezes? Sim, cremos que as gerações atuais são mais “espertas” e inteligentes que as passadas. Porém, é um conceito apoiado na destreza com que se manuseia um smartphone. Mas, apesar da relação inseparável com a tecnologia, muitos jovens são analfabetos digitais, sem ideia de como usá-la para adquirir conhecimento.

Recentemente, a discussão em torno da proibição do uso dos aparelhos nas escolas se fez presente em boa parte das conversas em família, com o início do ano letivo. Muitos considerando que se trata de um desrespeito às liberdades individuais; outros considerando pertinente, acreditando que o celular seja a maior das distrações, e que agora os problemas da educação brasileira acabaram.

Na visão do professor que aqui se posiciona, sim, o celular já deveria ter sido proibido em todas as escolas, conforme sugestão da Unesco ano passado. Entretanto, há um problema mais profundo: muitos ainda acreditam que a escola deve apenas transmitir informações. Enquanto não entendermos que ela deve formar indivíduos pensantes e críticos, não resolveremos os danos causados pelos celulares, mesmo guardados com suas notificações desnecessárias ativadas.

Professores não são depósitos de informações, e estudantes não são papéis em branco. O verdadeiro trabalho da escola é formar pessoas que pensem e ajam positivamente no mundo. Assim, os danos provocados pela desinformação e pela indústria da distração serão, de fato, enfrentados.