Preposições Acidentais
O Diário - 16 de fevereiro de 2025
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Luciano Borges é Doutor em Letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, na área dos estudos discursivos e textuais – literatura, artes e mídias digitais
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História, flexibilidade e uso
As preposições acidentais constituem um tema importante para o estudo da língua portuguesa, pois elas desempenham um papel fundamental na construção de textos claros, precisos e alinhados à norma culta. Essas preposições, como “mediante”, “durante”, “conforme” e “segundo”, não apenas estabelecem relações específicas entre termos, mas também refletem a riqueza e a complexidade do idioma. Nesse contexto, dois aspectos são centrais: o primeiro, diz respeito à evolução histórica; o segundo, à importância do uso correto dessas palavras.
A evolução histórica das preposições acidentais evidencia a flexibilidade da língua. Isso porque muitas delas surgiram de outras classes gramaticais e foram incorporadas ao grupo das preposições devido ao seu uso frequente e consagrado. Por exemplo, a palavra “durante” originou-se do particípio do verbo “durar”, o mesmo ocorreu com a palavra “mediante”, particípio do verbo “mediar”. Assim, preposições acidentais como durante e mediante são testemunhas da história viva do português, mostrando como o idioma naturalmente evolui, ou seja, sem imposições, para atender a demandas expressivas dos falantes.
O uso correto das preposições acidentais é um evidente indicador de domínio do padrão culto da língua. Erros comuns, como substituir “mediante” por “através de” ou usar “segundo” sem referência a uma fonte, podem comprometer a clareza e a credibilidade do texto. Por exemplo, a frase “O acordo foi firmado mediante negociações” está correta, enquanto a expressão “O acordo foi firmado através de negociações” é considerada inadequada na norma-padrão. Aliás, o estudo e a prática dessas preposições, seguramente, evitam equívocos e garantem a qualidade da escrita.
Portanto, as preposições acidentais são elementos indispensáveis para a construção de textos claros, coerentes e alinhados à norma culta. Sua evolução histórica reflete a dinamicidade da língua, bem como o uso correto é um indicador de proficiência linguística. Aliás, dominar seu emprego aprimora a escrita e fortalece a capacidade de expressão e interpretação textual. Essa é a razão pela qual são relevantes para a riqueza e a precisão da língua, uma vez que, se bem empregadas, elas permitem a expressão de nuances de significado que não seriam possíveis apenas com as preposições essenciais.
Prof. Luciano Borges é Doutor em Letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, na área dos estudos discursivos e textuais – literatura, artes e mídias digitais