Por Pe. Pedro Lopes, Vigário paroquial São Miguel Arcanjo, Miguelópolis-SP

Quando lemos a passagem de Marcos 12,38-44 somos questionados sobre a natureza da verdadeira oferta. Jesus, ao observar as pessoas depositando suas ofertas no templo, nos revela um princípio fundamental: o valor de uma oferta não está na quantidade, mas na intenção do coração.

A cena que se desenrola no templo nos mostra a hipocrisia de muitos que ali se encontravam. Enquanto alguns ostentavam suas ofertas, buscando reconhecimento e aprovação dos outros, uma pobre viúva, de maneira discreta e silenciosa, depositou tudo o que tinha. Jesus, com sua infinita sabedoria, destacou a fé e a generosidade dessa mulher, mostrando que o valor de uma oferta não se mede pelo valor material, mas pela intenção do coração.

A atitude da viúva nos ensina que a verdadeira devoção não só se resume a atos externos.  A verdadeira devoção se manifesta em um coração generoso e disposto a doar-se a Deus e ao próximo. É a expressão de um amor profundo e sincero, que transcende as aparências e as convenções sociais.

A história da viúva nos desafia a questionar nossas próprias motivações ao oferecermos algo a Deus. Estamos oferecendo por obrigação, por hábito ou por um desejo de reconhecimento? Ou estamos oferecendo com um coração generoso, reconhecendo que tudo o que temos é um dom de Deus? A sua oferta nos mostra que a verdadeira riqueza não está no que possuímos, mas no que somos capazes de dar. Ao doarmos de nós mesmos, seja nosso tempo, nossos talentos ou nossos recursos materiais, estamos expressando nossa gratidão a Deus e fortalecendo nossos laços de comunhão com Ele e com os nossos irmãos.

A fé da viúva nos inspira a viver uma vida mais simples e voltada para as necessidades verdadeiras. Ao nos desapegamos das coisas, abrimos espaço para Deus em nossas vidas e nos tornamos mais livres para amar e servir aos outros. A viúva pobre, ao oferecer suas duas moedas, demonstra uma fé inabalável em Deus. Ela reconhece a Sua soberania e confia plenamente em Sua providência. Sua oferta é um ato de adoração, um gesto de gratidão por tudo o que possui. Ao contrário daqueles que ofereciam por ostentação ou por obrigação, ela dá tudo o que tem, sem reservas. Sua atitude nos ensina que a verdadeira riqueza não está no que possuímos, mas na profundidade da nossa relação com Deus. Ao doarmos com alegria e generosidade, estamos expressando nossa gratidão por tudo o que Ele nos tem dado e fortalecendo nossa fé.