Carnaval sertanejo na arena dos sonhos
O Diário - 22 de fevereiro de 2025
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Marcelo Murta
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Abri as janelas do quarto da minha Infância, alinhado a calçada da passarela da avenida vinte e três. Aqui passava carros de bois cantando o som rústico de andanças em estradas de terra. Uma imensa procissão boiadeira contava histórias do Peão, nosso herói Anônimo. Enredo semelhante a samba de Escola no Sambódromo carioca. Na Comissão de Frente cavalos e cavaleiros com vestimentas típicas. Botas longas abraçando esporas e cobrindo calças até quase nos joelhos. Lenço colorido de pescoço e chapéu Panamá enterrado para não voar. Rainha e Princesas em trajes de couros coloridos. Lá o Mestre comanda a Bateria de Percussão Sinfônica. Aqui na Fanfarra, o maestro rege os metais nas trilhas das modas sertanejas. Alegorias luxuosas contam histórias aqui como lá. Cantores e instrumentistas soltam a voz no caminhão de som, o samba enredo do ano. Por aqui o repertório é variado inspirado nas tradições do homem do campo. Tem Folia de Reis também e Catira sapateando o asfalto. Desfiles icônicos de tradições. "Não deixa o samba morrer, não deixa o samba acabar". " Não vou perder este Festão, eu vou me embora pra Festa do Peão". Dois hinos de resistência. Alerta de preservação das maiores manifestações culturais do Brasil: O Carnaval do Rio e o Rodeio de Barretos. Em 2010/11 na Arena dos Sonhos, Gestão Marcos Murta, o locutor anunciou: "com vocês, A campeã do Carnaval Carioca, Unidos da Tijuca". E a magia da união de dois universos aconteceu. Mestre Sala e Porta Bandeira. Exímias passistas. Milhares de fantasias. Ritmistas e Rainha da Bateria. Show inédito no solo sagrado do Rodeio. Abraços Cavalares.