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Janeiro registrou três casos de abuso sexual envolvendo crianças e adolescentes

Sandra Moreno - 21 de fevereiro de 2025

Números são da delegacia de defesa da criança e adolescente que também tem registro de pornografia infantil em rede social

VIGILÂNCIA: Delegada Raissa Borges e a escrivã Taciana Nunes em trabalho conjunto na DDM de Barretos

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No primeiro mês de 2025, Barretos registrou 3 casos de estupro de vulnerável e um caso relacionado ao artigo 218 do Código Penal, que trata da divulgação de cenas de sexo ou nudez envolvendo crianças e adolescentes. O segundo semestre de 2024 também alarmou, com 26 casos de estupro de vulnerável e quatro envolvendo o artigo 218. A prisão recente de um homem de 66 anos, por manter material pornográfico infantil, não entrou nos números deste ano, porque a investigação foi conduzida pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG).

A delegada Raissa Ferreira Borges, que responde temporariamente pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Barretos, destaca a gravidade da situação. “Os números notificados no ano passado, somados aos casos já registrados neste ano, acendem um alerta. É fundamental que a sociedade se mantenha vigilante e denuncie", afirma Raissa.

Segundo a delegada, os pais desempenham um papel crucial na prevenção. "Crianças e adolescentes manifestam sinais de abuso, e os pais precisam ficar atentos a comportamentos agressivos, distanciamento familiar, alterações de humor e, principalmente ao uso das redes sociais. Muitas vezes, abusadores se aproveitam de perfis falsos para se aproximar das vítimas", alerta Raissa.

A delegada também reforça a importância de um uso supervisionado da internet. "Muitas situações de abuso começam online, com pedidos de fotos íntimas ou a divulgação de informações pessoais. O acompanhamento das redes sociais é essencial."

Em relação ao caso registrado na delegacia em janeiro de 2025, de divulgações de materiais, fotos, de crianças e adolescentes na internet, Raissa confirma que o caso está em investigação. "Estamos tomando todas as providências e as investigações seguem sob segredo de justiça. No entanto, é importante que a população saiba que o problema existe e que a denúncia é fundamental", complementa.

APOIO

A escrivã de polícia, Taciana Mara Nunes, aponta que os números oficiais podem não refletir a realidade. "A chamada 'cifra negra', que representa os casos que não chegam à delegacia, é uma grande preocupação. A conscientização é o primeiro passo para que as vítimas se sintam seguras para denunciar", destaca Taciana.

Ela explica que, com o projeto "DDM Vai à Escola", crianças começaram a se encorajar a falar sobre o abuso sexual. "Após as palestras, muitos jovens relataram à família que haviam sido vítimas, o que demonstra a importância dessa educação preventiva nas escolas", explica.

Taciana também destaca a rede de apoio essencial para o acompanhamento dos casos. "O Conselho Tutelar e o CREAS são parceiros fundamentais na proteção das vítimas. Além disso, temos canais de denúncia como o Disque Denúncia (180) e o Disque 100, que ajudam a combater a violência sexual infantil, mas a prevenção é a chave. Precisamos estar atentos aos sinais e agir para evitar que mais crianças e adolescentes se tornem vítimas dessa violência”, finalizou a escrivã.