Persistência e apoio profissional ajudam ex-bancário com deficiência visual a ter vida mais saudável

Com o envelhecimento da população brasileira e a previsão de que até 2050 os idosos representem quase 30% da população, a importância de cuidar da saúde nunca foi tão evidente. Para aqueles que chegam à terceira idade, viver mais não basta: é preciso viver com qualidade. Uma das maneiras mais eficazes de garantir isso é por meio da atividade física.

Vismar Queiroz, conhecido como Mazola, é um exemplo de como a atividade física pode transformar a vida na terceira idade. Aos 80 anos e com uma deficiência visual que o acompanha desde a juventude, Mazola foi se adaptando às limitações da vida. Porém, foi só após os 60 anos, com o incentivo da esposa Maria Zélia, que ele se encontrou com a prática de exercícios na academia. "Eu comecei com caminhada, mas sabia que algo mais precisava ser feito. Quando um amigo sugeriu a academia, aceitei, mas só depois de muita insistência da minha esposa”, conta.

Apesar da deficiência visual, que em muitos momentos poderia ser um obstáculo, Mazola se dedica de corpo e à alma à atividade física.  Há mais de 18 anos, ele treina sob a orientação da educadora física Rosana Cesário Honda três vezes por semana.

"A primeira dificuldade foi a questão da minha visão. Eu não conseguia fazer muitos exercícios sozinho, então precisei de apoio para realizar os treinos. Mas foi quando encontrei a Rosana que tudo mudou. Ela me ajudou a entender os exercícios e me guiou com paciência, é a minha cicerone", explica, relacionando o trabalho da personal a uma guia profissional.

A esposa de Mazola, Maria Zélia de Menezes Queiroz, 77 anos,  também é parte essencial dessa jornada. "Eu sempre estive com ele, incentivando, acompanhando”, afirma. Com 53 anos de casados, eles continuam unidos na missão de manter a saúde em dia. "Eu sou parceira dele, e ele não faz nada sem mim”, diz.

O educador físico Fábio Cândido Migliorini, que acompanha os treinos de Mazola, destaca a importância da musculação para os idosos. “A musculação é fundamental para prevenir a perda de massa magra e óssea, o que melhora a mobilidade e reduz os riscos de quedas. Para o senhor Mazola, isso foi crucial, pois ele se tornou mais forte, com mais resistência e autonomia”, explica.

Fábio também lembra que a evolução no treinamento deve ser gradual, respeitando os limites de cada pessoa. “Com o tempo, o senhor Mazola foi ganhando força e isso ajudou a melhorar muito a qualidade de vida dele”, explicou.

Para a professora Rosana acompanhar Mazola ao longo desses anos é uma verdadeira fonte de orgulho. "Eu me sinto privilegiada em trabalhar com pessoas como o senhor Mazola, que tem uma dedicação incrível. O sucesso dele é fruto do esforço dele, mas também de nossa parceria. A satisfação de ver a evolução dele é imensa", diz Rosana, emocionada com os resultados de tantos anos de parceria.

Mazola, que nos dias em que não há treinamento na academia, faz suas atividades de esteira em casa, com dedicação e perseverança, deixa um conselho importante para aqueles que estão na terceira idade ou até mesmo para aqueles que têm receio de começar a prática de atividades físicas: “Nunca é tarde para começar. Não deixe para amanhã, o resultado vem”, finaliza.

Mazola e sua esposa Maria Zélia com os educadores físicos Fábio e Rosana