As lágrimas de duas amigas
O Diário - 16 de março de 2025

Conselheira Antônia Mucciolo para os 30 anos da Rede Vida
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Era 20 de junho de 1995, estávamos em São José do Rio Preto, local da cabeça de Rede; a Rede Vida iria para o ar pela primeira vez, oficialmente.
Era grande a apreensão.
Dom Antônio Mucciolo e o jornalista Joao Monteiro Filho iriam estar no local da celebração, um estúdio todo preparado com muito carinho e profissionalismo.
Luiza Monteiro e eu fomos convidadas a assistir à transmissão pela TV.
Fomos levadas ao primeiro andar, a uma pequena sala em que havia um televisor e algumas poltronas.
Sentamo-nos uma ao lado da outra.
Ao assistir às primeiras imagens transmitidas, fomos tomadas por grande emoção. Olhei para Luiza, que embora me devolvesse o olhar, ficamos impossibilitadas de dizer uma palavra sequer. Luiza estendeu sua mão em minha direção, e retribui o ato, ambas com os olhos marejados, que assim permaneceram indefinidamente.
As minhas lágrimas eram, ao mesmo tempo, de gratidão e alegria; vez que representavam todo o meu esforço de colaboração para que esse resultado coletivo acontecesse.
Senti imensa emoção e gratidão, acompanhadas de muita alegria.
Ao relembrar essa cena, sou transportada pelas lágrimas de Luiza, tão distintas das minhas. Eram lágrimas carregadas de apreensão, espelhando a incerteza que se desenrolava diante de seus olhos. Seu marido, na busca fervorosa por realizar um sonho, havia penhorado todo o capital arduamente conquistado ao longo de trinta anos de trabalho incessante. As lágrimas de Luiza sussurravam uma inquietante pergunta ao vento: “O que será de meu marido e de nossos filhos se essa empreitada não prosperar...?”