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Violeira: duelo de vozes e violas

O Diário - 24 de abril de 2025

Violeira: duelo de vozes e violas

Marcelo Murta

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Pinturas textuais sonoras. Versos decifrando
a realidade da vida no campo, até o cerne da sua essência. Coral de duas vozes. Primeira e segunda fazendo vibrar as cordas em gargantas de ouro. Enquanto as cordas de aço passeiam por melodias perdidas nas veredas do sertão. Esta é a matriz original que fornece energia ao mais antigo Festival de MPB do Brasil: A Violeira Rose Abrão criada por Mussa Calil Neto. Para firmar o conceito, ele colocou no regulamento do Concurso a missão de levar para a periferia a culinária típica e músicas inéditas. Dois dos principais elementos da cultura sertaneja. A primeira realizada em 1984 teve o comando do Alaor de Ávila no concurso e João Paulo & Dorival fornecendo gratuitamente a Queima do Alho aos barretenses. As tralhas da cozinha itinerante eram do Comissário Anésio Garcia, pai dos Berranteiros Armando e Alceu. As eliminatórias aconteceram nos bairros da cidade num caminhão palco. A vencedora foi "Puro Sangue" de Hélio Soares, defendida por Solito & Soares. Tempos depois Wilson Garcia Bezerrão e Marcos Murta seguraram firmes as rédeas da organização do evento. Com apoio da assistente de produção Iria Julião e do apresentador Jota Carvalho. O Festival colecionou a melhor playlist de sertanejo raiz do país. Uma das edições inesquecíveis foi a realizada tendo cenário de fundo o sobrado do Rose Abrão padrinho dos Violeiros (2010). Se o roteirista Hollywoodiano Blake Snyder escrevesse sobre a llogline( é sobre o que?) do Festival seria: " "Histórias inéditas das aventuras e desventuras da gente simples do interior, cantadas ao som da moda de viola". Daria um belo filme. Abraços cavalares.