Indulgência
rogerio-ferreira-da-silva - 17 de abril de 2022
Indulgência
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A indulgência é um sentimento doce e fraternal que todo homem deve alimentar para com seus próximos, mas do qual bem poucos fazem uso. A indulgência não vê os defeitos dos outros, ou, se os vê, evita falar deles, oculta-os, a fim de que se não tornem conhecidos senão dela unicamente. A indulgência jamais se ocupa com os maus atos dos outros, a menos que seja para prestar um serviço. Mas, mesmo neste caso, tem o cuidado de os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações chocantes, não tem nos lábios censuras. Apenas conselhos e, as mais das vezes, velados. Ao fazer uma crítica qualquer, ela sempre irá pensar antes: que consequência se há de tirar destas palavras? Talvez devamos julgar nossos próprios corações, nossos próprios atos, sem se preocupar com o que fazem os outros. Sermos sevemos conosco e indulgentes com os outros. Lembrar de que, talvez, tenhamos cometido faltas mais graves. A indulgência atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta e irrita. Eis mais uma virtude fundamental para aqueles de nós que desejamos viver a era do bem. A indulgência não se entende por conivência com a coisa errada, de forma alguma. Nossa severidade excessiva com os outros pouco resolve. Quase sempre nossa crítica, nossa condenação, não visa o bem do outro, mas sim uma satisfação desequilibrada em falar mal, ou condenar. Mecanismo psicológico de projeção, muitas vezes nos mostra no outro aquilo que detestamos em nós, e como fuga desastrosa, ao acusar, imaginamos que podemos nos livrar do nosso mal intrínseco. Acusar por acusar nunca nos trará o bem que desejamos, a paz que queremos tanto. Sejamos assim, indulgentes, da mesma forma que o Criador o é sempre conosco, vendo o que temos de bom, e sempre nos dando novas chances de acertar após nossos erros. Reforçar o erro dos outros é valorizar o negativo. É dar-lhe um destaque maior do que o necessário. A indulgência é caridade, é compreensão e perdão. Bom domingo de Páscoa.