A arte da intriga na época eleitoral
O Diário - 1 de setembro de 2024
A arte da intriga na época eleitoral
Compartilhar
A política admite diferentes momentos de arte, como manifestação cultural e eleitoral. Arte no sentido de criatividade e arte com significado de travessura. O jogo é de campeonato, sempre é para “profissional” e exige amplamente mais do que simplesmente ser “torcedor” e assistir de camarote. A política está em tudo, ora é ar, ora é luz, tanto brilha como escurece.
Coisa comum é utilização da frase isolada para “fazer campanha” contra o adversário. Até a bíblia pode ser usada para dizer que Deus não existe, se a expressão é tirada fora do contexto. Em política, mais ainda. Um elogio ontem pode ser tornar ofensa hoje. E vice-versa. Uma observação pode ser acusação. Tudo depende da manipulação, do uso sem regra e ética de campanha, porque faz parte do “ritual do candidato” já incorporado a “mentalidade” eleitoral, que não admite derrota e fracasso.
Não se trata de “erro gramatical”, mas conjugação matemática, que junta parte isolada para minar a consciência do eleitor. Só existe uma vacina contra a enfermidade: cidadania plena. Em doses continuadas.
A menos que queria ser enganado, aproveitar qualquer dado fracionado para confirmar sua convicção ou para fomentar o preconceito e o auto engano, tudo em campanha deve ser verificado, refletido e ponderado. Até as piadas e trocadilhos. Até o editorial. Toda opinião, discurso e mensagem digital deve passar pelas 3 peneiras sempre lembradas pelo inesquecível Daniel Bampa Neto. A primeira é a verdade. A segunda é a bondade. A terceira é a utilidade.
A campanha eleitoral - com suas montagens, artimanhas e costumes - quer sempre fomentar a mentira, a maldade e a futilidade. O despertar do eleitor como cidadão exige esperança, sabedoria e prudência.