A Fé, sem obras, é morta
Diocese de Barretos - 22 de setembro de 2024
A Fé, sem obras, é morta
Compartilhar
A liturgia deste domingo nos convida a confessar Jesus como Messias, o Filho de Deus. “Tome a sua cruz e me siga!” é o convite dirigido a nós, cristãos. Para tal, o Evangelho nos chama à renúncia, deixando de lado tudo que parece ser mais importante que Deus mesmo. Na primeira leitura, Isaías restaura nossa confiança no Senhor, nosso auxiliador. Deus é aquele que nos ama e, por isso, salva-nos, justificando nossa vida. Na segunda leitura, Tiago restaura, na mesma perspectiva do Antigo Testamento, a confiança em Deus, por meio das obras de misericórdia. Não há, para a comunidade de Tiago, fé verdadeira que não seja testemunhada por obras. É preciso testemunhar que somos cristãos por atitudes que se assemelhem às de Cristo.
A passagem deste domingo corresponde ao coração do Evangelho de Marcos. O texto se localiza como o divisor de águas de toda a obra marcana. Na primeira parte, encontramos nas narrativas, como pano de fundo, a pergunta: “Quem é Jesus?” A partir da passagem deste dia, temos uma resposta: Jesus é o Messias – mas não aos moldes da tradição de Israel, baseado na inspiração do rei Davi ou de seu sucessor Salomão, o messias davídico-salomônico, que vem governar com cetro de ferro.
Jesus, com efeito, é Messias diferente, não triunfalista, que vai dar sua vida em resgate de muitos (Mc 10,45). O messianismo vivido e traduzido por ele, especialmente em Marcos, é o do serviço, da humildade e da doação de si, e não do triunfo e da glória mundanos. Por isso, Jesus ensina seus discípulos Tiago e João que o essencial não é estar à sua direita ou à sua esquerda, mas servir, doando a vida como ele (Mc 10,35-45).