Por Pe. Daniel Canevarollo, vigário São Benedito, Barretos - SP

Estamos no tempo da quaresma, um período que convida os cristãos católicos a ouvirem a vontade de Deus por meio do silêncio, da meditação, do jejum e da caridade. Este momento espiritual é significativo e pode nos fortalecer, alinhando-nos com as atitudes da palavra de Deus e a ação de Jesus.

No segundo domingo da quaresma, na santa missa a segunda leitura proclamada foi da carta de São Paulo a Filipenses (cf Fl 3,17-4,1). São Paulo exorta nesta passagem para que os irmãos da comunidade fossem seus imitadores. E também se encontra entristecido pelo fato de que muitos daquela região estavam se comportando como inimigos da Cruz de Cristo. E que a glória daquele povo era é o estômago e as coisas terrenas, e que o fim deles era a perdição. E assim, diante desta palavra é possível pensarmos o que temos imitado em nossas vidas, ressaltando a importância de imitarmos os santos, os diversos irmãos de fé que de fato viveram e procuram viver o cristianismo e que ser cristão significa se tornar um “outro Cristo”.

Em uma sociedade marcada pelos “youtubers”, “influencers, “seguidores”, podemos refletir em nossas ações a quem temos seguido e imitado. Seguir e imitar os santos é um constante caminho de fortalecimento espiritual nos caminhos de Cristo. Ser amigo e imitar as ações de quem é amigo de Cristo também abre as portas para diversas virtudes de comunhão e atos saudáveis.

Seguir e imitar quem propaga e vive somente valores terrenos e passageiros pode ser o caminho para o encontro da falta de sentido e a perdição. O perdido é aquele que não tem uma direção definida e que está sempre se preenchendo por coisas passageiras e momentos.

Iluminados por este itinerário respondamos a nós mesmos neste tempo de interiorização, a quem eu tenho seguido e imitado? Escolhendo imitar os amigos que são amigos de Jesus teremos a oportunidade de refletir nossos caminhos e escolhas diante de propostas que são marcadas pela eternidade.

No evangelho da transfiguração (Lc 9,28-36) contemplamos Jesus subindo ao monte para rezar com os discípulos Pedro, Tiago e João. Subindo e rezando eles viram a glória de Deus presente na antecipação da páscoa. E a voz de Deus na nuvem luminosa “Este é meu Filho, o escolhido. Escutai o que Ele diz.” Esta mesma proposta Deus faz a todos nós, subir ao monte para rezar, escutar o que Jesus diz no evangelho e não abandonar a missão. Jesus abraçou sua missão com amor, enfrentou as dores, a morte de Cruz e foi glorificado. Imitemos estas ações, abracemos também nossa missão pela força da oração e sejamos fortalecidos para enfrentar com amor nossas cruzes em nossa missão. Boa missão. Deus te abençoe!