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A sabedoria do administrador desonesto: um paradoxo para a nossa vida

Diocese de Barretos - 14 de fevereiro de 2025

A sabedoria do administrador desonesto: um paradoxo para a nossa vida

A sabedoria do administrador desonesto: um paradoxo para a nossa vida

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Por Pe. Pedro Lopes, Vigário paroquial São Miguel Arcanjo, Miguelópolis-SP

A parábola do administrador infiel, apresentada no Evangelho de Lucas, (cf. Lc 16,1-8) nos convida a uma profunda reflexão sobre a forma como utilizamos os bens que Deus nos confia. À primeira vista, pode parecer paradoxal que Jesus utilize a figura de um administrador desonesto para nos ensinar uma lição sobre a boa administração. No entanto, ao analisarmos a história com mais atenção, percebemos que o Senhor nos apresenta um princípio fundamental: a importância de utilizar os bens materiais como um meio para construir relacionamentos e servir aos outros.

O administrador infiel, diante da iminência de perder o emprego, demonstra uma astúcia surpreendente ao garantir a amizade de seus credores. Ao invés de se preocupar em acumular riquezas, ele utiliza os bens de seu senhor para construir relacionamentos e garantir seu futuro. Jesus elogia essa atitude, não por aprovar a desonestidade do administrador, mas por reconhecer a inteligência com que ele utilizou os recursos que tinha à disposição.

Essa parábola nos desafia a repensar nossa relação com o dinheiro e com os bens materiais. Muitas vezes, nos apegamos aos bens materiais como se fossem a única fonte de segurança e felicidade. Acumulamos bens, mas nos esquecemos de construir relacionamentos autênticos e de servir aos outros.

A busca por bens materiais pode nos levar a uma vida egoísta e individualista, afastando-nos de Deus e de nossos irmãos. Por outro lado, o uso dos bens para o bem comum e para a construção de relacionamentos nos aproxima de Deus e nos torna mais semelhantes a Ele.

A fé cristã nos ensina que todos os bens que possuímos são dons de Deus. Somos apenas administradores temporários desses bens, e devemos utilizá-los de forma responsável e solidária. A parábola do administrador infiel nos lembra que a verdadeira riqueza não está nas coisas materiais, mas nos relacionamentos que construímos e no amor que compartilhamos com os outros.

O administrador infiel, apesar de sua desonestidade, é elogiado por seu senhor por sua astúcia. Jesus utiliza essa história para nos mostrar que a inteligência humana pode ser utilizada para o bem, quando está a serviço do amor. A alegria que o senhor sente ao ver a astúcia de seu administrador é uma alegoria da alegria que Deus sente quando vemos os seres humanos utilizando os bens que Ele lhes confiou para fazer o bem.  Ao seguirmos o exemplo de Jesus, podemos experimentar a verdadeira felicidade e a paz interior.