No próximo dia 5 de novembro, terça-feira, milhões de norte-americanos irão às urnas para decidir quem irá comandar a maior potência econômica e militar do mundo pelos próximos quatro anos, o ex-presidente Donald Trump, ou a atual vice-presidente Kamala Harris.

A eleição desse ano está sendo a mais disputada desde a fatídica eleição do ano 2000 entre George Bush e Al Gore, que acabou decidida pela Suprema Corte. Por ora, as pesquisas estão se mostrando inconclusivas, as vezes com uma pequena vantagem para o republicano. 

Nos últimos dias estive nos Estados Unidos, e conversando com colegas de lá, alguns deles acompanhando de perto o processo eleitoral, o clima no país me lembrou muito o que experimentamos aqui em Barretos nas eleições municipais desse ano, com as pessoas totalmente “no escuro”, sem ter um norte definido e confiável sobre o rumo das eleições. Tal como ocorreu aqui, lá as pessoas têm, no máximo, palpites sobre quem será eleito. 

Me chamou atenção que mesmo entre convictos eleitores democratas, alguns deles têm o palpite de que Donald Trump será novamente eleito no mês que vem.

É o meu palpite também, sobretudo por conta do controverso sistema eleitoral norte-americano, no qual a eleição para presidente é indireta, de modo que o candidato mais votado pela população pode acabar derrotado no Colégio Eleitoral que é quem, de fato, escolhe o presidente. Esse sistema permite a ocorrência de situações injustas, como as ocorridas em 2000 e 2016, nas quais os candidatos mais votados pela população foram, respectivamente, Al Gore, e Hillary Clinton, que acabaram derrotados no Colégio Eleitoral por George W. Bush e Donald Trump, e isso pode se repetir esse ano. 

Assim como nas últimas eleições presidenciais brasileiras, os norte-americanos terão que escolher entre o ruim e o pior, pois nenhum dos candidatos está à altura do cargo, especialmente nesse momento tão conturbado da geopolítica mundial, no qual um verdadeiro estadista liderando a “cidade brilhante no alto da colina”, na brilhante definição de John Winthrop, contribuiria muito para o mundo navegar por águas mais calmas. 

DANILO PIMENTA SERRANO É ADVOGADO E PROFESSOR UNIVERSITÁRIO