As disputas eleitorais barretenses são ao longo da história retratos relevantes do processo de “desenvolvimento” espiral da própria comunidade. Zecão Faleiros, Osvaldo Caiel e Neto Monteiro são testemunhas de pleitos municipais extraordinários, marcados pelas mudanças, feitos e efeitos registrados nas campanhas políticas.

Barretos já teve prefeito eleito com diferença de 5 votos, na soma de legenda. Noutra ocasião, um candidato estava abaixo de 1% na abertura da campanha e foi o eleito. Os anais da política registraram a “revolta dos cabos eleitorais”. Um pleito municipal teve mudança porque o adversário furou os pneus de transporte de eleitores, usando a estratégia para “virar a tendência”. Um candidato a prefeito contratou um “orador” profissional para ser o “animador dos comícios”. A tática não deu certo na prática. Desde 1972, a justiça eleitoral recebe “pedindo de impugnação de candidato adversário”. Tem pleito que cola, tem pleito que não vinga. Em 2024, por exemplo, houve impugnação de registro de candidatura ao executivo.

A campanha eleitoral municipal – incluindo pesquisa de intenção de votos, horário gratuito, distribuição de santinhos – vem sempre cercada de magias e mistérios, provocando clima e temperatura entre os partidos, as coligações e, fundamentalmente, entre os eleitores.

Até mesmo “estouro de boiada”, com o eleitorado barretense carregando candidato com mais de 70% dos votos, faz parte do histórico de pleitos.

As surpresas fazem parte da mística eleitoral. As mudanças de tendência estão na essência da democracia. As influências de uma “gíria” ou bordão são sempre imprevisíveis. Candidato com vitória certa antes e derrotado nas urnas no dia da votação nunca foi acontecimento inédito na terra de Ruy Menezes, Osório Rocha e Jerônimo Barcelos.

A história eleitoral barretense sempre foi rica e poderosa, um retrato fiel da festa da democracia.