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Automedicação: solução rápida que pode trazer riscos

O Diário - 6 de dezembro de 2024

Automedicação: solução rápida que pode trazer riscos

Maria Eduarda de Oliveira Spegiorin, estudante do 4º período do curso de medicina da FACISB, orientada pelo prof. Eduardo Marcelo Cândido

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A automedicação, definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o uso de medicamentos para tratar doenças autodiagnosticadas ou sintomas sem a prescrição de um médico, tem se tornado frequente no Brasil. Embora muitas pessoas recorram a essa prática como uma solução rápida para sintomas como dor e febre, os riscos associados são preocupantes e frequentemente subestimados pela população. Entre os medicamentos mais usados de forma inadequada estão analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos. O uso indiscriminado de antibióticos contribui para a resistência bacteriana, condição que ocorre quando bactérias se tornam resistentes aos medicamentos, reduzindo a eficácia dos tratamentos e dificultando o combate a infecções comuns. De acordo com a OMS, a resistência bacteriana é uma das maiores ameaças à saúde global. Já os anti-inflamatórios, frequentemente usados sem controle, podem causar problemas gástricos e comprometimento dos rins e fígado. Outro risco significativo é a interação medicamentosa. Muitos medicamentos, quando combinados sem orientação, podem potencializar efeitos colaterais ou reduzir a eficácia uns dos outros. Mais preocupante ainda é o mascaramento de sintomas de doenças graves. Ao tratar apenas os sintomas, sem identificar a causa, a automedicação pode atrasar o diagnóstico de condições como infecções graves e doenças crônicas, comprometendo significativamente as chances de recuperação. Embora muitos medicamentos sejam vendidos sem receita e pareçam inofensivos, isso não significa que são seguros em todas as situações. A falta de conhecimento sobre dosagens, efeitos colaterais e contraindicações é um fator que agrava o uso inadequado. Portanto, é crucial que a população compreenda a importância de buscar orientação de profissionais de saúde, como médicos e farmacêuticos, antes de usar qualquer medicamento, visto que esses especialistas possuem o conhecimento necessário para avaliar cada caso e indicar o tratamento mais seguro e eficaz. Priorizar o acompanhamento médico é a melhor forma de prevenir complicações e garantir um cuidado responsável. Afinal, a saúde merece ser tratada com cautela e seriedade.