Esqueci minha senha
Barretense que escapou de acidente com avião da TAM relembra tragédia

Adelaide Lavanini - 23 de julho de 2023

Barretense que escapou de acidente com avião da TAM relembra tragédia

INFORMAÇÕES: Renato Araújo é barretense e atua como publicitário em São Paulo

Compartilhar


Reunião e atraso em Porto Alegre evitaram embarque do publicitário

O barretense Renato Araújo escapou de ser mais uma vítima do acidente com o voo 3054 da TAM que completou 16 anos em 17 de julho. O publicitário e seu assistente Vinícius estavam em reunião na cidade de Campo Bom (RS) e, devido a um atraso, não retornaram em tempo hábil para o embarque em Porto Alegre.

“Naquele tempo não tinha a facilidade de ckeck-in pelo celular e nossa assistente em São Paulo já havia feito nossa reserva pelo computador”, disse. “Quando chegamos, uma atendente falou que não iríamos embarcar naquele voo e que nos colocaria no próximo”, acrescentou.

O voo da TAM estava previsto para 17h15 e Renato e o seu assistente Vinícius ocupariam as poltronas 17A e 17B. Segundo Renato, a funcionária da empresa trocou o ticket para 19h00, mas ele e o assistente ficaram frustrados. “Queríamos chegar logo e dormir em casa, mas fomos para o saguão e até vimos o avião decolar”, relatou.

NOTÍCIA E INFORMAÇÕES DESENCONTRADAS:

Renato relembra que, após um tempo, apareceram mensagens em painéis internos que todos os voos para Congonhas estavam cancelados. “Falaram que tinha um incêndio na pista, mas que não sabiam se iríamos decolar”, destacou. Posteriormente, Renato e Vinicius voltaram ao balcão da TAM para saber se desceriam em Guarulhos ou em outra rota. “Nesse tempo já tinham repórteres, pessoas chorando, fomos procurar a atendente, mas não encontramos ninguém com essas características”, ressaltou.

Conforme Renato, a colaboradora da empresa tinha estatura mediana, loira, cabelo Chanel, olhos azuis e usava óculos. “Estava uma confusão e descobrimos que essa mulher nunca existiu, ninguém sabe como conseguimos trocar o ticket, mas até então não tínhamos noção do que havia acontecido em São Paulo”, explicou.

SEGUNDA CHANCE E ALÍVIO DA FAMÍLIA:

SEGUNDA CHANCE: Renato e Vinícius ficaram no aeroporto de Porto Alegre até 22h30 quando souberam que não iriam decolar. A empresa de São Paulo providenciou um hotel onde descobriram, através dos noticiários, a gravidade da situação. “Vimos que o avião tinha explodido e saber que poderíamos estar lá deu uma sensação terrível, as pessoas que trabalhavam comigo tinham certeza que estávamos naquele voo e mortos”, informou.

Para completar, o sinal de celular estava ruim e sem chance de comunicação. “Ligaram para minha mãe em Barretos avisando que eu tinha morrido e a situação foi bem conturbada”, acrescentou. O mal entendido só foi desfeito quando uma amiga conseguiu a comunicação pelo celular. “Ela começou a gritar que estávamos vivos e esse é o resumo da minha história”, finalizou.

TRAGÉDIA QUE COMPLETA 16 ANOS:

 A aeronave saiu de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, às 17h19, do dia 17 de julho de 2007. O avião não conseguiu parar na pista do Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, passou sobre a Avenida Washington Luís e, às 18h48, colidiu com um prédio da mesma companhia. Todas as 187 pessoas que estavam no avião e outras 12 em solo morreram. O MPF denunciou três pessoas, sendo posteriormente todas inocentadas.