Barretenses que não gostam de política
O Diário - 3 de outubro de 2024
Barretenses que não gostam de política
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Muito natural encontrar gente que não gosta de cebola. Há quem não goste de carne. Uma comunidade abriga quem não gosta do Corinthians. Portanto, qualquer cidadão pode alegar que não gosta de política, pagode ou moda sertaneja.
A diferença é que a comida pode oferecer outras opções, assim como o futebol tem diferentes times. Há diferentes gêneros musicais. A política tem um caráter impositivo, porque afeta todos de um jeito ou de outro. A política fere firme quem gosta e quem não gosta. Mesmo quando não é democrática, marcada por ideologias e doutrinas, a política está incorporada à natureza humana e promove consequências.
A desconfiança é crescente em relação aos políticos, criando um abismo mais profundo para a política partidária. Todas as eleições despertam, entretanto, a necessária separação, diferenciação e compreensão de política e de “bem comum”. O histórico jurista Ruy Barbosa legou uma lição inesquecível:
- Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam com a outra. Antes se negam, se repulsam mutuamente, a política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada.
Nem todas as ameaças eleitorais são legítimas. Nem todas as promessas eleitorais serão cumpridas. Nem todos os pronunciamentos eleitorais são verdadeiros. Por isso mesmo, todo pleito municipal serve para o barretense vibrar com sua virtude, alegrar com sua coragem e entusiasmo por ser honesto consigo mesmo e com o próximo.
Até mesmo os barretenses que não gostam de política sabem claramente que é fundamental exercer o sagrado direito de votar.