Por Dom Milton Kenan Júnior, Bispo de Barretos

Queridos irmãos. Celebramos neste domingo uma epifania de Cristo! Lucas nos diz que “quando todo o povo estava sendo batizado, Jesus também recebeu o batismo”. Jesus, para cumprir o plano do Pai, submeteu-se ao banho de purificação de João Batista, que convidava as pessoas à renovação total da sua vida na expectativa do cumprimento do julgamento do Senhor. Como a multidão dos pecadores que se dirigia ao Jordão para receber o batismo de João, Jesus solidário com a humanidade pecadora também se submete àquele batismo; entretanto, “enquanto rezava, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre Jesus em forma visível, como pomba”. Lucas é o evangelista que mais insiste na importância da oração. Ele ressaltará a oração em todos os momentos importantes da vida de Jesus. Não podia ser diferente tratando-se do seu batismo. Quando ele nos fala que o céu se abriu, Lucas quer nos fazer compreender que o batismo de Jesus foi também revelação do Espírito Santo que o consagrava para a sua missão. Mas também “do céu veio uma voz: Tu és meu Filho amado, em ti ponho o meu bem-querer”. Por isso dizemos que o batismo é, sobretudo, uma revelação ou epifania de Deus em Jesus Cristo. A partir daí, Jesus manifesta-se como o “filho”. O próprio Deus revela Jesus como seu filho. O batismo é como que o momento da antiga coroação dos reis de Israel ungidos com óleo, eram constituídos representantes de Deus no mundo. A unção de Jesus é o Espírito Santo; tem toda a força de Deus; por isso, é o Ungido por excelência. Celebrar o Batismo de Jesus é recordar também o nosso batismo. Nele fomos acolhidos por Deus como seus filhos e feitos participantes da sua família. Também sobre nós, no nosso batismo, nos é dado o Espírito Santo para podermos, membros do corpo de Cristo, tornar-nos templos da sua glória e testemunhas do seu Evangelho. Agradeçamos a Deus pelo nosso batismo, nele renascemos, recebemos uma vida nova, a vida de filhos de Deus, a vida eterna. Santo Domingo!