Uma canção brasileira diz sonoramente que “a pior maldade que existe é não ter o limite pro fanatismo. A gente abre os olhos, mas não vive, vive beirando o abismo”. Os eleitos em 6 de outubro são chamados agora a viver “o pós-pleito”.

As eleições municipais oferecem lições de cidadania, de liberdade e de participação. Todo prefeito eleito vai assimilar que cada hora, cada dia, cada mês de governo, os diferentes momentos da gestão pública reservam muitas surpresas para as quais não tem o menor preparo. As maiores de todas as tentações é considerar o poder um instrumento propício para fazer apenas a própria vontade, abdicar do exercício da  humildade. Uma das mais expressivas causas de ruptura é a prática do poder por aqueles que se afirmam seguidores de Jesus pobre e oprimido. Falam sem dar testemunho. Pregam, porém não servem. Perdem o significado do pão nosso de cada dia.

Todo político eleito democraticamente, nas urnas livres, tem um tempo adequado para aprender a desenvolver relações saudáveis e profundas até a posse em primeiro de janeiro de 2025. Romper o círculo vicioso. Uma maneira disciplinada de entender que melhor que controle e autoridade sempre é sentir o pulsar do coração e abrir a mente para discernir.

O prefeito eleito de qualquer cidade brasileira em geral e o de Barretos, em particular, não precisa pensar em ser bonzinho, mas paciente. Não deve ser intolerante, mas justo. Não idealizar pequeno, mas ser perseverante. Não falar muito e nem alto, mas escutar bastante com atenção. Não sentir medo, mas ser prudente.

Tudo tem um começo e um fim. Zele pelo meio. O poder passa com o tempo, porque não é para sempre. A canção de Régis e Lady Diana soa neste instante para lembrar que “se não houvesse arte aqui, esse mundo seria um erro, não valeria a pena existir, eu seria metade, não inteiro”. A sugestão da música vale para todo prefeito eleito:

- Ouça aquela canção, abra um grande sorriso, sinta a luz no coração, sinta a sorte de estar vivo.