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Cemitério: uma coleção de túmulos vazios… por que?

Diocese de Barretos - 2 de novembro de 2024

Cemitério: uma coleção de túmulos vazios… por que?

Cemitério: uma coleção de túmulos vazios… por que?

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(Por: Diácono Lombardi)

Tem muita gente, mas muita, mesmo... bilhões! – que creem e, muitas vezes, até ensinam que os mortos só vão ressuscitar no fim do mundo. Isso quando ainda creem na ressurreição! Porque outras centenas de milhões de pessoas nem creem em existência pós-morte; para elas a morte é o fim, nada mais há depois. Os que acreditam que a ressurreição só vai acontecer no final dos tempos afirmam, normalmente, que os céus estão vazios de gente, lá estão apenas Deus e seus anjos. Por isso, é perda de tempo cultuar “santos e santas”, ou a própria Virgem Maria, que também estaria no sono da morte, aguardando também a prometida ressurreição. Nesse campo, tem todo tipo de interpretação e teorias. Com esse modo de pensar, nem Jesus, um verdadeiro homem que aqui viveu há uns dois mil anos, também não ressuscitou ainda... pasmem! Aguarda igualmente o final dos tempos! Se ressuscitou, seria uma exceção, por ser o Filho de Deus!

Nossa fé católica tem posições claras a respeito: nosso Deus é “Deus dos vivos, e não dos mortos” - Mateus 22,31-32 - quando Jesus testemunhou que Abraão, Isaac e Jacó estavam vivos, eles, por exemplo, já falecidos por aqui há pelos menos uns quinze séculos. Na transfiguração, diante de três testemunhas (Pedro, Tiago e João), Jesus conversa ao vivo com Moisés, falecido há uns doze séculos, e Elias, há uns 800 anos. Na cruz, Jesus promete ao ladrão crucificado ao seu lado: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso” (Lc 23,43). Sim, na “Igreja Triunfante”, nas glórias celestiais, já vivem bilhões de santos e santas, e assim também na “Padecente” (Purgatório), pessoas que vivem ainda em um estado de purificação final, na antessala do reino definitivo.

Um cemitério é um local de respeito; um local de orações pelos falecidos; de lembranças boas, ou mesmo más, que afloram à nossa mente para nos estimular a refletir no tempo efêmero, passageiro, curto, rápido, em que moramos na face da Terra. Visitá-lo também é um momento precioso para buscarmos respostas para o sentido da vida, em que tanta gente se perde devido às próprias ambições em busca de uma felicidade plena que aqui é impossível.

Mas os túmulos estão vazios, como o de Cristo, quando mulheres e discípulos foram procurar o seu corpo. “Por que procurais entre os mortos aquele que está vivo?” (Lc 24,5). Em todos, encontram-se apenas restos dos corpos mortais das pessoas, mas não há mais pessoas neles: saíram dali. Ninguém fica ali. Acordam desse rápido sono, e a esse acordar damos o nome de “ressurreição”, base de nossa Fé. Por todas essas pessoas devemos orar, pedindo a Deus que as acolham, por sua divina Misericórdia. É um dever!