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Cigarros eletrônicos: inofensivos ou perigosos para a saúde bucal?

O Diário - 22 de janeiro de 2025

Cigarros eletrônicos: inofensivos ou perigosos para a saúde bucal?

Isabella Wanzeller Abreu, Cirurgiã-Dentista graduada pelo Unifeb, com Atualização em Endodontia pela APCD de Barretos

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Os cigarros eletrônicos, também conhecidos como dispositivos eletrônicos para fumar (DEF), têm-se tornado populares, especialmente entre os jovens. Com uma vasta gama de sabores e um design atrativo (o que tem grande apelo nas redes sociais e no universo adolescente), esses dispositivos são frequentemente vistos como uma alternativa menos prejudicial ao cigarro convencional. No entanto, evidências crescentes sugerem que eles também trazem sérios riscos à saúde bucal.

O uso regular de cigarros eletrônicos provoca diversos problemas bucais. A xerostomia, ou boca seca, é uma das queixas mais comuns entre os usuários. A redução na produção de saliva, essencial para a manutenção da saúde bucal, pode resultar em um aumento significativo no risco de cáries e doenças gengivais.

Outro problema frequentemente associado ao uso de cigarros eletrônicos é a estomatite nicotínica, uma inflamação da mucosa oral que pode ser desencadeada pelos químicos inalados e pelo calor gerado pelos dispositivos. Além disso, o uso prolongado desses dispositivos – os quais, muitas vezes, fazem com que o usuário inale doses bem maiores de nicotina do que com os cigarros convencionais – pode contribuir para alterações celulares, elevando o risco de câncer bucal.

Além disso, o compartilhamento de cigarros eletrônicos entre amigos também representa um risco adicional, facilitando a propagação de infecções como candidíase e mononucleose. Em muitos casos, o uso desses dispositivos eletrônicos é feito em ambientes que não favorecem uma condição favorável à prevenção contra tais infecções.

Diante dos riscos, a conscientização é fundamental. Campanhas educativas que informem sobre os perigos dos cigarros eletrônicos são cruciais para a prevenção de problemas bucais. É necessário desconstruir a falsa imagem de segurança e inocuidade em torno dos dispositivos. Além disso, é essencial que os usuários mantenham uma rotina rigorosa de higiene bucal e consultem regularmente um dentista para monitorar a saúde da boca, já que os danos gerados pela prática do uso de cigarros eletrônicos são bastante sérios.

Isabella Wanzeller Abreu, Cirurgiã-Dentista graduada pelo Unifeb, com Atualização em Endodontia pela APCD de Barretos