CNBB mostra preocupação sobre os riscos dos jogos de azar
Diocese de Barretos - 24 de setembro de 2024
CNBB mostra preocupação sobre os riscos dos jogos de azar
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(Por: Luiz Lopes Jr, CNBB)
Assunto frequentemente proposto para debate nas casas legislativas, os jogos de azar retornam à pauta da sociedade com a possibilidade de o projeto de Lei 442/1991 ir ao Plenário do Senado Federal. Tal proposta, que pode liberar cassinos, bingos, jogo do bicho e apostas esportivas, acende o alerta na Igreja Católica que, há mais de quatro décadas, chama atenção para os prejuízos morais, sociais e familiares, além da possibilidade de associação dessa prática com a lavagem de dinheiro e o crime organizado. (,,,)
Dados compartilhados nas redes sociais da CNBB destacam o impacto que os jogos de azar e as apostas pela internet já têm na sociedade brasileira. O Departamento de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP) estima em 2 milhões o número de pessoas viciadas em jogos de azar no Brasil. E, em 2023, o Banco Central contabilizou R$ 54 bilhões gastos em apostas on-line. Pesquisa do Instituto Locomotiva identificou que 86% das pessoas que apostam possuem dívidas. (...)
Historicamente, a CNBB tem manifestado sua posição contrária aos jogos de azar, de acordo com o que ensina o parágrafo 2413 do Catecismo da Igreja Católica: os jogos de azar são inaceitáveis quando levam à dependência ou privam alguém do que é necessário para sustentar sua família.
“Os jogos de azar apresentam a ilusão de um ganho fácil, desfazendo o apreço ao trabalho honesto e sério. Resulta daí uma confusão na ordem de valores, lesando o horizonte de ideais da juventude e acarretando a ambição e a vontade de acumular riquezas em benefício próprio e exclusivo. Cresce, aos poucos, a atração descontrolada pelo lucro exorbitante, a vida fácil e até a corrupção” (Dom Luciano M. de Almeida, 1994).
Numa nota da Presidência e da Comissão Episcopal de Pastoral de 30 de maio de 1996, a CNBB reafirmou valores morais e destacou os males dos jogos de azar:
o ambiente envenenado dos cassinos, marcado pela bebida, a prostituição, o uso e o tráfico de drogas, a lavagem de dinheiro;
a busca do ganho fácil, em lugar do trabalho honesto, como ideal de adultos e jovens;
o desespero que toma conta de jogadores arruinados, com a consequência de distúrbios psíquicos e tentativas de suicídios;
a dependência, verdadeira escravidão, do vício do jogo, não diferente de todos os outros vícios;
a tentativa de ganhar hoje o que se perdeu ontem, no jogo, com o possível perigo de perder ainda mais;
a ruptura da harmonia familiar, o medo e a insegurança que se instalam nos lares;
a deseducação dos filhos por causa da ausência dos pais jogadores.
(https://www.cnbb.org.br/riscos-jogos-azar-historico-cnbb/ - trechos)