Com esperança, organizar e construir nossos caminhos
Diocese de Barretos - 14 de janeiro de 2025
Com esperança, organizar e construir nossos caminhos
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Por Pe. Daniel Canevarollo, Vigário Paróquia São Benedito, Barretos.
A bioética é um campo de estudo que por definição combina a raiz grega “Bios” (vida) e “Ethos” (ética), sendo denominada como “ética da vida”. O objetivo da bioética é discutir e solucionar dilemas gerados pelos avanços em biotecnologia, genética e direitos humanos. Ela tem como foco a conduta e a diversidade moral que há em todas as áreas do conhecimento para que haja a aplicação moral e a ética da vida.
Alguns pensadores como Van Resselaer Potter, considerado o pai da bioética, a definiu como “esforço para utilizar as ciências biológicas a serviço de uma melhor qualidade de vida”. Daniel Callahan disse que a bioética “é uma disciplina encarregada de elaborar uma metodologia que ajude médicos e cientistas na escolha de uma “boa decisão”. Francisco de Assis Correia afirma que a bioética “deve abordar o ser humano como sujeito, e não como objeto”. Portanto, ela se apresenta como uma resposta razoável que direciona e propõe caminhos éticos no relacionamento humanizado entre profissional-paciente, saúde pública, questões sociopolíticas, fertilidade, reprodução humana, aborto, eutanásia, etc.
Considerando as diferentes abordagens do campo da bioética, nota-se a existência de uma perspectiva laica que propõe princípios éticos de um humanismo liberal e autossuficiente e a perspectiva católica amparada pelo sagrado magistério da Igreja que em seus documentos defende a “teoria da sacralidade da vida”, considerando-a um “Dom de Deus” sendo ela Divina e não disponível, ou seja, que o homem não a possui, não é dono dela.
A instrução “Dignitas Personae, sobre algumas questões de bioéticas aprovada por Bento XVI, discute os caminhos da bioética relacionando-os com a dignidade da pessoa, afirmando que a vida é um dom inviolável. O Catecismo da Igreja Católica também trata de questões bioéticas referente à valorização e defesa da vida em todas as suas fases mas não faz o uso do termo. Fundamentada em sua fé, a Igreja defende que a verdade sobre a dignidade da vida deve prevalecer sobre a liberdade e afirma que “a liberdade deve ser exercida em favor da vida e não contra ela”. Portanto, ela se posiciona firmemente contra as diversas práticas que ferem a dignidade humana, como aborto, eutanásia e outras formas de manipulação que ameaçam a vida.
A igreja confirma a existência de uma lei moral natural, que respeita o plano Divino e que as ciências bioéticas devem se empenhar em promover o respeito e a valorização da vida como um dom de Deus. Seguindo esses passos que nos dignificam digamos sim à vida e lutemos por caminhos, políticas públicas e diversas ações que nos conscientizem e nos ajudem a conscientizar desde as crianças, os jovens e toda sociedade sobre o valor da vida e seu verdadeiro sentido como um Dom precioso de Deus para todos nós.