Nos últimos anos, as queimadas têm se intensificado no Brasil, trazendo graves consequências para a saúde pública, principalmente associadas às doenças respiratórias. As queimadas liberam gases tóxicos e grandes quantidades de partículas finas que, por causa de seu pequeno tamanho, entram nos pulmões e podem causar danos permanentes. Um estudo realizado por universidades brasileiras em conjunto à Fiocruz demonstrou que, ao entrar em contato com as células do pulmão, essas pequenas partículas podem causar um processo inflamatório intenso, prejudicando sua função. A partir disso, essas células danificadas podem morrer, comprometendo a capacidade respiratória. Em agosto de 2024, a cidade de Barretos liderou o ranking de incêndios ambientais do Estado de São Paulo, de acordo com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Em consequência, um levantamento publicado pelo jornal da cidade revelou um aumento de 28% no número de internações por doenças respiratórias em relação ao mesmo período no ano de 2023. A publicação chama atenção desse aumento para a sobrecarga do serviço de saúde, destacando também, a necessidade de superação desse cenário, que, atualmente, apresenta-se como problema de saúde pública. Diante da realidade apresentada, são necessárias rigorosas medidas de fiscalização, além de políticas de incentivo ao reflorestamento. Junto a isso, algumas medidas podem ser tomadas pela população, como evitar ambientes externos com fumaça, usar máscaras de proteção, beber mais água, lavar o nariz com soro fisiológico, evitar atividades físicas intensas e ao ar livre e utilizar umidificador dentro de casa. Na ausência do umidificador, toalhas e cortinas, devidamente higienizadas e úmidas, podem auxiliar na manutenção da umidade do local. Estas medidas podem minimizar os efeitos nocivos à população, trazidos pelas queimadas descontroladas. Por último, vale destacar a importância de procurar o serviço de saúde caso esteja com dificuldade para respirar, dor de cabeça, náusea, sonolência ou  confusão mental. Estes sintomas estão entre os principais sinais de alarme e devem ser avaliados por um profissional da saúde. 

Karoline Cristina da Silva Lucino – estudante do 4º período do curso de medicina da FACISB sob a orientação do prof. Lucas Tadeu Bidinotto