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Conflito no Oriente Médio aumenta casos de intolerância religiosa no Brasil

Adelaide Lavanini - 3 de abril de 2024

Conflito no Oriente Médio aumenta casos de intolerância religiosa no Brasil

INFORMAÇÕES: Girrad Sammour participou de entrevista com Giuliano Capucho

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Muçulmanos entram na reta final do Ramadã que propõe mês de reflexão

O conflito no Oriente Médio entre Israel e Hamas tem refletido no Brasil com aumento das denúncias sobre intolerância religiosa. A informação é do advogado barretense Girrad Mahmoud Sammour, presidente da Comissão de Intolerância Religiosa da OAB/Barretos e presidente da ANAJI (Associação Nacional de Juristas Islâmicos). Segundo ele, as pessoas têm trazido para o cotidiano brasileiro, especialmente nas redes sociais, recortes de um conflito que não é religioso.

Girrad Mahmoud Sammour

“Transferiram para o Brasil como se fosse uma guerra e aproveitam a polarização do nosso cenário político para disseminar inverdades por ignorância ou para obter algum lucro”, disse. O advogado reforçou que o papel das instituições e também da Mesquita é conscientizar e lutar contra a intolerância não somente contra muçulmanos, mas todas as representações religiosas. “Acompanhamos com tristeza essas denúncias, as pessoas desconhecem a origem do conflito e esquecem que são seres humanos que estão sendo mortos, passam fome e que o conflito destrói famílias, igrejas, mesquitas e hospitais”, ponderou. “A Guerra de informações mata mais do que o próprio conflito”, acrescentou.

História

Girrad informou que o conflito iniciado em 7 de outubro, não pode ser considerado uma guerra, mas uma causa humanitária, deflagrada por questões territoriais e políticas. “Não tem nada de religião, e antes de 1948 no Estado da Palestina viviam de forma harmônica cristãos, muçulmanos, judeus e ateus”, disse. O presidente da ANAJI ressaltou que, após a criação do Estado de Israel pela ONU, mais de 700 mil pessoas foram expulsas. “Desde 1948 não respeitam as resoluções da ONU para repatriar os palestinos e essa invasão para ocupação já dura 75 anos”, declarou.

Ramadã

Os muçulmanos vivem agora os últimos 10 dias do Ramadã o 9º mês do ano islâmico, regido pelo calendário lunar. No período, é feito o jejum de comida e bebida das 5h00 até o pôr do sol. Conforme Girrad, não se trata apenas de um jejum de dieta, mas de comportamento para melhora do íntimo, reflexão de atitudes e ter mais proximidade com Deus.


“São feitas mais caridades, olhamos mais para o próximo e na fase final intensificamos as orações na Mesquita”, destacou. Os muçulmanos também participam de vigílias nas madrugadas. “O jejum é um conjunto para o corpo e a mente e o ideal é sair melhor, com autocontrole para colocar em prática o ano todo o que se aprendeu em um mês”, finalizou.