Conselheira conta relato de crianças em caso investigado pela DDM
Adelaide Lavanini - 11 de agosto de 2022

Rosângela Carvalho e Chayenne Borges
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A conselheira tutelar, Chayenne Borges, contou detalhes dos relatos das cinco crianças envolvidas no caso de suposto estupro de vulnerável investigado pela DDM. O supervisor da escola na zona rural solicitou apoio do Conselho para apurar as denúncias das meninas com idade entre 8 e 10 anos. As conselheiras Chayenne Borges e Rosângela Carvalho foram até a escola e ouviram as crianças separadamente.

“Situação impactante ver uma criança de 8 anos, magrinha, indefesa e assustada fazer a denúncia”, disse. A apuração envolve um motorista de transporte escolar rural que está afastado das funções. “Sempre há uma violência independente de ser conjunção carnal, existe o toque, o desrespeito e os vídeos pornográficos”, destacou. Segundo Chayenne, a menina tomou coragem de fazer a denúncia após assistir uma reportagem sobre abuso sexual infantil em Belo Horizonte. “Ela contou para mãe que estava com medo, que não queria morrer e contou sobre o comportamento do perueiro”, afirmou.

FAMÍLIA: A conselheira explicou que as demais crianças fizeram a denúncia posteriormente sendo os pais e mães das crianças ouvidos na DDM. “Eles foram incríveis e dar apoio às filhas e isso é muito difícil de ver porque sempre existe a dúvida se as crianças estão inventando”, destacou. As conselheiras solicitaram a troca do motorista e pediram que uma monitora acompanhe as crianças no trajeto, conforme já acontece no transporte urbano. Também informaram o caso ao Ministério Público e estão acompanhando as famílias e crianças que indicaram sintomas de depressão e medo.

RELATOS: Chayenne ressaltou que as crianças citaram sobre vídeos de pornografia que eram obrigadas a assistir, ameaças de matar a família quando elas crescessem, além de atos sexualizados como puxões de cabelo, palmadas nas nádegas e apelidos pejorativos. “São crianças inocentes, é doloroso vê-las contando, mas saber que os pais estão lutando por elas é algo que nos acalenta”, explicou. “Ouvimos todas em salas separadas para garantir às pessoas que estão falando a verdade”, finalizou.