Crianças e gripe: antibióticos são uma potencial ameaça
O Diário - 3 de junho de 2023
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Isabella Tereza Rodrigues de Oliveira, estudante do 11º período do curso de Medicina da FACISB, orientada pela profª Gisele Douradinho Teixeira
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No outono, as infecções respiratórias agudas aumentam, incluindo resfriados, gripes, sinusites, pneumonias e exacerbações de asma. Acreditava-se que isso ocorria devido ao clima seco e frio, que facilitam a propagação de patógenos e ressecam as vias respiratórias, favorecendo as infecções. No entanto, o InfoGripe da Fiocruz descartou a sazonalidade como único fator determinante, pois estamos constantemente expostos a uma variedade infinita de vírus e bactérias, independentemente da estação do ano. Isolar-se cria um ambiente controlado que nos protege desses contatos e infecções.
As crianças, devido ao sistema imunológico ainda em desenvolvimento, são mais suscetíveis à essas doenças e suas complicações. Geralmente, essas infecções são virais e devem ser tratadas com amplo suporte, como hidratação, lavagem nasal abundante e medicação para controle dos sintomas, como febre. No entanto, o uso indiscriminado de antibióticos (muitas vezes sem prescrição médica) é comum, embora esses medicamentos sejam destinados apenas à infecções bacterianas.
O uso de antibióticos sem necessidade não é eficaz no tratamento de infecções virais já estabelecidas e não previne complicações bacterianas futuras. Além disso, o uso indiscriminado de antibióticos pode causar sérios problemas de saúde a curto e longo prazo, incluindo reações adversas (p. ex. diarreia) e resistência bacteriana.
Essa prescrição equivocada ocorre por vários motivos, como a dificuldade de diferenciar a causa da doença, a pressão dos pais e a crença de que o uso profilático prevenirá doenças futuras. É essencial esclarecer que a maioria das doenças respiratórias não requer o uso de antibióticos, pois seu uso desnecessário pode prejudicar a saúde da criança em vez de trazer benefícios. É importante utilizar métodos comprovadamente eficazes contra infecções virais, mesmo que sejam mais simples, e procurar ajuda médica se os sintomas piorarem.
Isabella Tereza Rodrigues de Oliveira, estudante do 11º período do curso de Medicina da FACISB, orientada pela profª Gisele Douradinho Teixeira