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Delegada cita lei como divisor de águas e importância de romper ciclo da violência

Adelaide Lavanini - 11 de agosto de 2024

Delegada cita lei como divisor de águas e importância de romper ciclo da violência

Delegada cita lei como divisor de águas e importância de romper ciclo da violência

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DDM registra média de mil inquéritos policiais por ano envolvendo mulheres agredidas

A delegada titular da DDM, Denise Paro, considera a Lei Maria da Penha um divisor de águas no ordenamento jurídico brasileiro. A delegada cita a ampla proteção de mulheres e as alterações positivas como as medidas protetivas de urgência e a possibilidade das prisões em flagrante. “Antes da lei, os crimes de lesão corporal contra as mulheres iam para o juizado especial criminal e o homem poderia prestar serviços comunitários ou pagar uma cesta básica”, disse.



Para a delegada, a lei continua contagiando o ordenamento jurídico com novas previsões que protegem e acolhem as mulheres. A Lei Maria da Penha foi instituída em 2006 e cria mecanismos para prevenir e coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher em conformidade com a Constituição Federal.

Números


A Delegacia de Defesa da Mulher em Barretos registra média de mil inquéritos policiais/ano envolvendo mulheres agredidas. No entanto, há uma subnotificação dos casos pelo fato da violência doméstica, em muitos casos, não ser denunciada. A delegada alerta a importância de as vítimas perceberem a existência da violência doméstica. “Muitas mulheres passam por violência sexual, agressões e perseguição e não sabem, não conseguem identificar e se acostumam com a situação”, alertou. A dra Denise cita a dificuldade de a sociedade quebrar tabus, submissões e machismo. “Quando a mulher está na submissão é difícil romper com a violência porque está condicionada com o bem-estar de todos e nunca se coloca em primeiro lugar”, afirmou.

Ciclo

A delegada reitera a necessidade de se quebrar o ciclo da violência que inicia com ameaças e xingamentos até a agressão física e verbal. “Quando a mulher busca ajuda, surge a promessa do homem da mudança de comportamento, mas se não tiver um acompanhamento tudo vai acontecer de novo”, explicou.

Sociedade

A titular da DDM considera que em Barretos a mulher ainda é muito valorizada em seu papel em casa, ou em papel secundário nas atribuições gerais. “O homem como provedor pode funcionar para alguns casais, mas para outras mulheres é um aprisionamento em contexto de violência doméstica”, comentou. As denúncias anônimas podem ser feitas pelo 180 coordenado pelo Ministério das Mulheres e o disque 100.