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Deus age com amor

Diocese de Barretos - 23 de fevereiro de 2025

Deus age com amor

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Por Dom Milton Kenan Júnior, Bispo de Barretos

Vivemos num tempo em que com facilidade distinguimos o bem do mal a partir do critério dos que são simpáticos e aqueles que não nos são, os que pensam como pensamos e os que pensam diferente. Com que facilidade rotulamos as pessoas e, acabamos por anular os que são contrários aos nossos interesses. Jesus no coração da sua mensagem, no discurso da planície como nos relata Lucas, neste domingo, diz: “Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam, bendizei os que vos amaldiçoam, e rezai por aqueles que vos caluniam”.

Numa outra ocasião Jesus diz que a melhor atitude não será a do “olho por olho, dente por dente”; mas, “amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai sem esperar coisa alguma em troca”.      E a razão está no fato de que Deus age assim, Ele “é bondoso também para com os ingratos e maus”. Deus não age a partir do que ele recebe, se fosse assim infelizes são os que o insultam, ignoram, e o rejeitam. Mas, ao contrário mesmo com esses Deus age com amor. Ora, se Deus age assim, se queremos ser seus filhos precisamos aprender a agir como Ele age.

Nós dizemos “tal pai, tal filho”. Se Deus nosso Pai não guardar rancor, não pune conforme merecem nossos atos, mas a todos procura salvar com seu perdão e sua misericórdia; como filhos seus, temos que ter as mesmas atitudes. Neste ano quando celebramos um jubileu somos convidados a imitar mais intensamente a bondade de Deus!

Há uma única coisa que Deus condiciona a sua bondade: “Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados”. Jesus é claro em dizer como tratamos nossos semelhantes será como Deus haverá de nos tratar, por isso é preciso que nossa medida seja larga, transbordantes, pois “com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos”.

Evidentemente que o amor aos inimigos não equivale a aceitar as injustiças e tornar-nos cúmplices dos seus erros; mas, será a capacidade de corrigi-los sem destruí-los, acreditando sempre na possibilidade que cada pessoa tem de superar-se a si própria e corrigir-se dos seus erros quando tratada com amor e compreensão.

É preciso que nos lembremos de que Deus só pede aquilo que ele próprio dá. Se ele me pede para amar o inimigo é porque Ele me dá a graça para amar assim. Sem isso, de fato seria impossível Santo Agostinho rezava assim: “Senhor, dai-me o que pedis e pedi-me o que quereis”. Ao dar-nos o Espírito Santo, o Senhor nos dá a capacidade de amar. Com o Espírito Santo podemos responder ao mal com o bem, podemos amar quem nos fere. Tornamo-nos assim filhos do nosso Pai que está no céu e que não sabe senão amar e perdoar.