Domingo de final de rodeio no recinto
O Diário - 29 de março de 2025

Marcelo Murta
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Tarde de domingo de agosto de outrora parecia final de campeonato de futebol. O Recinto Paulo de Lima Correa, no bairro Exposição, ganhava público acima da sua capacidade. Tinha gente nos mais diferentes locais. Em cima de árvores, alguns sentados nas grades dos currais e outros em toda a tribuna de honra. Incluindo as escadas de acesso. E os privilegiados ocupavam as cadeiras numeradas, sem encosto, das cores azul, vermelha e branca. Um mar de chapéus se espalhava por todo o complexo. O sol fazia brilhar os panamás brancos. Do alto da "Casa de Pombo" pintada de branco com a inscrição "O Chão é o Limite" o Locutor Orestes de Ávila soltava seu conhecido: Seguuuura Peão". Atrás dos bretos de madeira os trabalhos não paravam. O Diretor de Rodeio Alaor de Ávila atirava o par de esporas para o Peão e apontava o cavalo que ele deveria montar. O esquema era rústico e sistemático. O entardecer anunciava a grande final. Cinco cowboys classificados iam para a pista. Os cinco papéis dobrados separadamente contendo os nomes dos cavalos eram colocados dentro de um chapéu. Cada competidor pegava um, abria e era revelado o nome do animal que ele desafiaria. A expectativa era grande. Tensão de disputa final. O laçador a pé, atento segurava firme seu laço bem enrolado. Ao bater o sino anunciando o final de cada montaria sua função era laçar o equino. Não existia ainda a figura do marinheiro (a). O competidor Gilberto Mega lembra detalhes desta época. Até 1984, último evento no Recinto, vários campeões marcaram suas histórias. Os Independentes mantêm um Monumento no Parque do Peão com os nomes de todos eles. Abraços Cavalares.