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É crendo que vemos

Diocese de Barretos - 27 de abril de 2025

É crendo que vemos

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Por Dom Milton Kenan Júnior, Bispo de Barretos

A cena que o Evangelho nos propõe hoje, ocorre na tarde do domingo da Páscoa e oito dias depois. Trata-se do encontro de Jesus Ressuscitado com os apóstolos que o haviam abandonado durante a sua Paixão e, depois, com Tomé o apóstolo incrédulo que dizia ser necessário ver para crer. O texto nos diz que os apóstolos estavam reunidos, mas com as portas fechadas por medo dos judeus. É difícil para nós imaginarmos que aqueles que acompanharam Jesus no seu ministério num entusiasmo crescente, agora se sintam acuados e amedrontados. Com certeza, o único motivo não era a fúria dos judeus, mas o sentimento de fracasso que os dominava. No momento crucial da vida de Jesus, quando ele mais precisava da companhia deles, eles o abandonaram. Pedro, o negou e Judas o vendeu. Jesus, por sua vez, vai ao encontro dele desejando-lhes a paz. Para que eles não se enganassem mostrou-lhes as suas mãos e o seu lado. Eles ficaram contentes. Pensavam que Jesus havia desistido deles, mas não! Jesus era o mesmo! Jesus agora queria fazê-los ressurgir do medo, do sentimento de fracasso e da desolação para a esperança e a alegria. Nisso nós aprendemos que a misericórdia de Jesus é infinita. Ele não desiste de nós quando erramos ou caímos, mas ao contrário, nos estende a sua mão para que possamos apoiados nela recomeçar. E não foi diferente com Tomé. Jesus lhe ensina que não é vendo que se crê, mas ao contrário crendo é que vemos. Tomé quando se vê diante de Jesus faz a mais bela profissão de fé: “Meu Senhor e meu Deus!”. A mesma profissão de fé que somos chamados a fazer nestes dias do tempo pascal todas as vezes que nos encontramos ao redor da mesa eucarística, onde Jesus reparte o pão para nós, dando-nos o seu corpo como alimento e o seu sangue como bebida. Há oito dias da manhã da ressurreição, nós hoje somos chamados a acolher o seu Espírito, para como fomos objeto do seu amor e do seu perdão, possamos amar e perdoar-nos mutuamente. Celebrando neste domingo, o domingo da misericórdia, peçamos a Cristo a graça de uma confiança ilimitada na sua bondade e, ao mesmo tempo a graça de praticarmos a misericórdia para com nossos irmãos e irmãs!