Em algum momento da vida e por diversas razões todos já tiveram que lidar com o sentimento de solidão. E neste período de pandemia, com os desdobramentos das medidas sanitárias de isolamento social este tema volta a ganhar destaque. Mas afinal o que é solidão? Em poucas palavras, pode ser definida como um sentimento de vazio, angústia que resulta em uma desconexão com o meio social. As tecnologias de comunicação nos iludem com a promessa de pôr fim aos limites da distância entre as pessoas. Através da internet, podemos sempre estar conectados, com a ilusão de que nunca ficaremos sós. 

Freud é o percursor e inventor da psicanálise e afirma ao longo de sua teoria a intensa dependência que um ser humano possui do outro, para sobreviver e se desenvolver. O filosofo alemão Martin Heidegger afirma, em “Ser e Tempo”, que estar só é a condição original de todo ser humano e que cada um de nós é só no mundo. Podemos nos confrontar com isso ou não.  Nós nunca estivemos tão conectados nas redes sociais e isso evidencia a busca incessante por conexões. A pergunta inquietante é: Será que estamos mais sozinhos atualmente? 

Podemos conjecturar a solidão como uma condição ao individuo e que as relações com o meio social são sempre complexa. A ausência de laços significativos e a sensação de estar sempre sozinho podem deixar qualquer pessoa triste e desmotivada com sua vida. De acordo com o filósofo e educador Mário Sérgio Cortella considera: “Felicidade só acontece com alguém que vive, e viver é viver com os outros e outras, e como não é possível viver sozinho, a possibilidade da felicidade isolada, solitária é nenhuma”.  

Natália Cassim - Psicóloga e Psicanalista- instag: @nataliacassim