Estado registra 1.592 casos de dengue e investiga 8 óbitos na região de Barretos
Sandra Moreno - 24 de fevereiro de 2025
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ALERTA: Carla Penha Andrade, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Barretos
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O Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) acompanha de perto a situação da dengue nos 18 municípios da região De acordo com o Painel de Arboviroses, nas oito primeiras semanas epidemiológicas deste ano, já foram confirmados 1.592 casos positivos da doença, 38 com sinais de alarme, quatro casos graves e oito óbitos em investigação.
O município de Guaíra lidera o número de casos na região, totalizando 883 confirmações. A cidade também registra cinco óbitos em investigação e três casos com sinais de alerta. Em seguida, Barretos aparece com 488 casos, sendo 28 com sinais de alarme, dois graves, e um óbito. Bebedouro tem 43, Guaraci 33 e Jaborandi, três. Atualização das 16h de 24 de fevereiro.
Segundo Carla Penha Andrade, coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Barretos e outros municípios da região estão em estado epidêmico, assim como todo o Estado de São Paulo. Uma das principais preocupações das autoridades é a baixa adesão à vacina contra a dengue, destinada a adolescentes de 10 a 14 anos. Internações de jovens que poderiam estar protegidos, mas que não estão buscando a vacina. “Nossa cobertura é muito baixa: 15% para a primeira dose e apenas 6% para a segunda, sendo que o ideal é atingir 95% do público-alvo", explica Carla.
Ela destaca que a resistência à vacina ocorre tanto por falta de interesse dos adolescentes quanto pela dificuldade dos pais em levar os filhos aos postos de saúde devido aos horários de funcionamento. Uma alternativa estudada é ampliar os horários de vacinação ou realizar a imunização dentro das escolas, com autorização dos responsáveis. "O Estado já está em diálogo com a secretaria da educação para viabilizar essa estratégia", acrescenta.
TIPO 3
Outro fator de preocupação é a circulação do sorotipo 3 do vírus da dengue, confirmado em três municípios da região, Guaíra, Monte Azul e Barretos. Isso pode aumentar a vulnerabilidade da população, já que muitas pessoas ainda não tiveram contato com esse sorotipo e, portanto, não possuem imunidade contra ele. Para enfrentar a situação, os municípios já revisaram seus planos de contingência, que incluem medidas como reforço na rede de atendimento, aquisição de insumos (soro, equipamentos e cadeiras de hidratação) e reorganização dos serviços de saúde para atender a demanda crescente de pacientes. “A população também tem papel fundamental na prevenção. O engajamento de todos é essencial para evitar que a situação se agrave ainda mais", alerta Carla Andrade.