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“Eu vos dou um novo mandamento” (Jo 13,34)

Diocese de Barretos - 2 de janeiro de 2025

“Eu vos dou um novo mandamento” (Jo 13,34)

“Eu vos dou um novo mandamento” (Jo 13,34)

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Por Pe. Ronaldo José Miguel, Reitor Seminário de Barretos.

Hoje, a Igreja celebra dois grandes sucessores dos apóstolos e doutores da Igreja dos primeiros séculos: São Basílio Magno e São Gregório de Nazianzeno. São Basílio nasceu em Cesareia, no ano de 329, e combateu a heresia do arianismo que negava a divindade de Jesus. São Gregório também nasceu em 329 em Nazianzo e foi um dos primeiros doutores da Igreja e ser reconhecido como “o teólogo” por sua riqueza doutrinal.

A celebração destes dois grandes santos doutores logo no início do ano civil desperta para o tema da fraternidade cristã tão caro em nossos dias e tão fortemente testemunhada entre Basílio e Gregório. De fato, num dos sermões de São Gregório, ele relata sua amizade com São Basílio num encontro em Atenas e a descreve como uma só alma em dois corpos, afirmando que “como o curso de rio, que partindo da única fonte se divide em muitos braços, Basílio e eu nos tínhamos separados para buscar a sabedoria em diversas regiões, mas voltamos a nos reunir como se nos tivéssemos posto de acordo. (...) Parecia que tínhamos uma só alma em dois corpos. E embora não se deva dar crédito àqueles que dizem que tudo se encontra em todas as coisas, no nosso caso podia se afirmar que de fato cada um se encontrava no outro e como o outro. (...) Éramos um para o outro a regra e o modelo para discernir o certo e o errado”.

A amizade apostólica entre Basílio e Gregório inseri-os diurnamente no mistério de Cristo, celebrado no sacrifício eucarístico: “Que ele faça de nós um só corpo e um só espírito!” Eles recordam o autorretrato dos primeiros cristãos: “A multidão dos fiéis eram um só coração e uma só alma” (At 4,32).

Analogamente, estes dois santos doutores são os novos e mais desejáveis discípulos de Emaús, que caminham juntos e no amor fraterno penetram no mais profundo mistério de Deus e dos homens. Animados pelo Espírito Santo, descobrem que caminhando juntos na desventura de propagar a fé cristã e exercer o ministério apostólico, estarão sempre com o coração ardendo e os olhos abertos no itinerário da salvação. “Caminham juntos”, como repetidamente nos convida o papa Francisco, para exercitarmos a tão desejada sinodalidade. Que 2025 desperte em nós o mandamento cristão do amor ao próximo e nos leve a testemunhar o amor fraterno tão belamente vislumbrado nestes dois grandes santos.