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Falta de vegetação e monocultura influenciam clima da região, alerta biólogo

Roberto José - 17 de março de 2025

A sensação térmica vivida nos últimos meses em Barretos e região não é a mesma de alguns anos atrás, principalmente por ser um reflexo das atitudes provocadas pelas atividades humanas, com a falta de vegetação e monocultura.

O biólogo Leonardo Vieira demonstra sua preocupação com o clima Foto – Divulgação

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Mudanças climáticas contribuem para aumento das chuvas e tempestades na região

A sensação térmica vivida nos últimos meses em Barretos e região não é a mesma de alguns anos atrás, principalmente por ser um reflexo das atitudes provocadas pelas atividades humanas, com a falta de vegetação e monocultura. De acordo com o biólogo, Leonardo Vieira, as alterações estão nos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). “Nas últimas décadas o planeta registrou uma média de aumento na temperatura de 1,5°C, pode até parecer não ser muito, mas uma média com esse valor pode ser catastrófica para a formação de chuvas torrenciais e tempestades, além de prejudicar a qualidade de vida das pessoas mais vulneráveis como crianças, idosos, hipertensos, diabéticos e outros grupos de risco”, destacou Leonardo.

Para o biólogo barretense, um dos motivos levados em consideração para a elevação da temperatura média é a diminuição da vegetação nativa. Segundo ele, levantamentos apontam que em Barretos e na região norte de São Paulo,  possui menos de 2% de vegetação nativa da mata atlântica, de acordo com um estudo da Fundação SOS Mata Atlântica, realizado em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). “O  crescimento da monocultura de cana-de-açúcar em toda a região de Barretos é um dos principais fatores para contribuir com as mudanças no microclima da região, já que a cana não é um vegetal que contribui para a formação de sombra, nem de umidade para a atmosfera, enquanto as  árvores são as maiores responsáveis por liberarem umidade para o ar atmosférico favorecendo a formação de chuvas”, explicou o biólogo, que defendeu a implantação de políticas públicas de arborização na cidade e na zona rural.