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Fascinação pela leitura

O Diário - 21 de agosto de 2024

Fascinação pela leitura

[email protected] Carneiro é empresária e presidente da Academia Barretense de Cultura

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Ao mergulharmos em um livro, experimentamos uma bem-vinda pausa frenesi da vida cotidiana. A quietude da leitura nos permite desacelerar, apreciar o poder das palavras e nutrir a nossa imaginação. O prazer da leitura é uma jornada silenciosa e pessoal que nos enriquece de maneira inimaginável. Tenho como hobby comprar livros. É uma fixação, pois levo para casa mais do que consigo consumir.  Com frequência, faço a promessa de não adquirir mais nenhum exemplar, mas sem sucesso, não cumpro.

 Como se o simples fato de os ter pertinho de mim, aumentasse minha sapiência! Nossa... há quanto tempo não via a palavra sapiência! Deve ser de algum livro que ainda não li.

Faço a festa dos vendedores de livros. Ana, a simpática gerente de uma livraria no shopping Iguatemi, sorri feliz quando me vê chegar.

“Prazer em vê-la! Quer ver algum livro em especial?”

Percebendo minha insegurança na escolha, imediatamente diz:

“- Olha o que saiu!”

Certa vez, ela já me convenceu a levar, certa vez, um livreco romântico de umas quinhentas páginas só porque comentei estar procurando um livro para relaxar. Comprei-o. Uma história tão melosa que botaria um diabético no hospital, mas este pelo menos, li, embora não devesse confessar a ninguém ter gasto tempo com tão desqualificada leitura. O pior é que torci pelos personagens! Me lamentei com Ana. Segundo ela disse, meu caso não era dos mais graves. 

Tive um amigo que comprou os 10 volumes da obra completa de Kard e em consequência do impensado ato, ficou sem dinheiro para pagar a pensão. Foi despejado e acabou deixando os livros. Passava um tempo e voltava lá para outra e, novamente, comprava uma coleção. Era despejado mais uma vez. Dava pena.
Na semana passada, a caminho de São Paulo, jurei não comprar nenhum livro, pois ainda tinha três para ler, e mesmo assim ao passar em frente a Livraria da Travessa, não teve jeito: entrei. Desta vez não foi a Ana que veio me atender.

Após a abordagem e acolhida da vendedora, simplesmente respondi que queria somente dar uma olhada nas gôndolas.

Conclusão: Saí da livraria com quatro volumes!

Falei para mim, mesma. “Você não tem cura, mulher!”

Rosa Carneiro é empresária e presidente da Academia Barretense de Cultura