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Fraudes em Veículos. Podemos Confiar nos Elétricos?

O Diário - 4 de março de 2025

Fraudes em Veículos. Podemos Confiar nos Elétricos?

Carlos D. Crepaldi Junior. Advogado especialista em Gestão e Direito de TrânsitoEx-Conselheiro do CETRAN-SP . Diretor da ABATRAN

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Nos últimos anos, algumas montadoras de veículos enganaram consumidores e autoridades. Um dos casos que teve maior repercussão foi o Dieselgate, descoberto em 2015, quando a Volkswagen admitiu ter manipulado testes de emissão de poluentes em milhões de carros a diesel. A fraude consistia em  burlar os testes de laboratório de modo que os veículos parecessem menos poluentes do que realmente eram. 

Com a descoberta do Dieselgate, outras investigações descobriram que Fiat Chrysler, Mitsubishi, Hyundai, Kia e até fabricantes de motores como a Cummins também instalaram dispositivos ilegais para burlar testes de emissão. O objetivo era simples, burlar testes e lucrar absurdamente vendendo veículos que, na teoria, eram “sustentáveis”.

Com os escândalos e a poluição gerada, passou-se a investir em carros elétricos. O discurso atual é que esses veículos são o futuro da mobilidade limpa, vez que não emitem gases poluentes. 

Não se engane. Também há fraude na indústria dos elétricos. A Nikola Corporation, que prometia caminhões elétricos movidos a hidrogênio e que chegou a ser avaliada em cerca de 35 bilhões de dólares, em 2020, também falsificou informações sobre a tecnologia utilizada. Em um vídeo onde a empresa divulgava seu caminhão autônomo em movimento, o que ocorria, na realidade, é que ele não funcionava de forma autônoma e, no vídeo, apenas “descia na banguela”. Em 2022 o fundador da empresa foi condenado por fraude, e em 2025 a Nikola entrou com pedido de falência diante da perda de confiança dos investidores.

Se a historia aponta que as montadoras nos enganaram diversas vezes, quem garante que os carros elétricos são tão sustentáveis quanto dizem? Como é gerada a energia utilizada na recarga e como são produzidas e descartadas as baterias utilizadas nos veículos?

Enfim, se as promessas da indústria automobilística nem sempre são reais, será que os elétricos e suas promessas também são uma fraude?