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Frutos de uma pessoa

Diocese de Barretos - 19 de março de 2025

Frutos de uma pessoa

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Por Pe. Flávio Aparecido Pereira, Vigário Catedral, Barretos-SP

Jesus nos diz que ‘não existe árvore boa que dê frutos ruins e nem árvore ruim que dê frutos bons. Toda árvore é reconhecida pelos seus frutos [...] (Lc 6, 23-44)’, e, sendo assim, a árvore boa só poderia dar frutos bons, ao passo que uma árvore ruim consequentemente dá frutos ruins, ou seja, se seus frutos não são comestíveis, se não servem para fins medicinais e/ou qualquer outra coisa, ela seria considerada uma árvore ruim. Isso também poderia ser aplicado à uma pessoa? Se a árvore é conhecida pelos seus frutos, uma pessoa também pode ser conhecida pelo fruto que ela produz em si mesma, pois é do coração que nascem todas as inclinações, as boas e as ruins. Uma pessoa que só tem desdém pela vida, que maldiz a tudo e todos, que coloca defeito em tudo, e, nada do que os outros façam está bom – e não cito aqui reclamações esporádicas, mas sim aquelas que são constantes, diárias e rotineiras -, não pode ser uma pessoa que dê frutos bons, pois seu coração está maculado com algo que a impede de ser totalmente boa; uma pessoa que tenha rompantes de tristeza, frustrações, maledicências – que ocorram de forma esporádica e não rotineira -, não pode ser considerada de todo ruim, ao passo que ela vive intensamente seus sentimentos e não se deixa dominar por instintos e impulsos, mesmo havendo alguns momentos ruins. O fruto ruim de uma pessoa pode ser o julgamento que ela faz para com o outro, de forma a minimizar o outro diante de sua ‘grandeza’, de suas conquistas, de tudo aquilo que ela possui, etc. No Evangelho, Jesus deixa em evidência que uma videira para produzir frutos bons precisa permanecer unida a seu ramo, e mesmo assim, para que chegue a tal intento, ela necessita passar por um processo de limpeza, a fim de que produza mais frutos ainda; já o galho que nada produz, este é cortado, lançado fora e colocado no fogo para que seja queimado. Pegando o exemplo da videira e da árvore com seus frutos, aqui podemos lançar mão de alguns questionamentos: que frutos dou? Eu preciso ser limpo e, se sim, onde? O que necessita ser podado de mim e lançado no fogo? Como estão os frutos que estou produzindo? Quem prova dos meus frutos, quer deles novamente experimentar? São bons e comestíveis? Muitas outras perguntas podem sem evidenciadas para que possamos ser identificados como árvores boas às quais produzem bons frutos. Tendo em vista que o Senhor quer o melhor de nós, devemos nos deixar ser podados e limpos por Ele, para que sejamos reconhecidos por nossos bons frutos, uma vez que estes permanecem para sempre.