Isotretinoína no tratamento da acne
gustavo.molejo - 17 de outubro de 2024
Arthur Henrique dos Santos Vieira, estudante do 4º período do curso de Medicina da FACISB, orientado pelo prof. Bruno Augusto Alvares
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A isotretinoína é uma medicação derivada da vitamina A, pertencente da família dos retinóides, utilizado para tratar diversas doenças dermatológicas, sendo conhecido principalmente pelo nome comercial da primeira marca deste remédio – Roacutan®. Dentre múltiplas doenças que podem ser tratadas com esta medicação, o uso mais recorrente é no tratamento da acne grave, as famosas espinhas.
A acne é uma doença caracterizada pela inflamação dos folículos pilossebáceos da face, das costas e tórax, causada por diversos fatores, incluindo alterações na produção de sebo, predisposição genética e fatores hormonais. Geralmente, essa doença aparece na puberdade, quando os androgênios estimulam a produção sebácea em excesso e com composição anormal, gerando a obstrução dos folículos pilosos (também chamados de “poros”) e a colonização por bactérias gram-positivas (Cutibacterium acnes), que acentuam a inflamação local.
Mas como a isotretinoína funciona? Ela promove a regulação da produção sebácea, o controle inflamatório e a redução da carga bacteriana no folículo. Com menos sebo, há menor risco de obstrução dos poros e menor proliferação do C. acnes.
Apesar dos benefícios, o uso de isotretinoína pode desencadear algumas reações adversas, como ressecamento de pele, mucosas (inclusive na região genital), nariz (pode causar sangramento nasal) e olhos (recomendado utilizar colírios lubrificantes para prevenir o ressecamento ocular).
Ainda, existem diversas restrições para o uso da medicação, em que se destacam: pacientes mulheres em idade fértil necessitam de orientações quanto a contracepção eficaz, uma vez que a medicação pode promover abortamento e graves malformações no feto; também não pode ser utilizada em pacientes com doenças do fígado; e, ao longo de todo o tratamento, os pacientes não devem consumir bebida alcoólica, sob o risco de gerar sobrecarga hepática. Dessa forma, a medicação deve sempre ser prescrita pelo médico dermatologista para casos específicos e após consulta médica.
Arthur Henrique dos Santos Vieira, estudante do 4º período do curso de Medicina da FACISB, orientado pelo prof. Bruno Augusto Alvares