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Jesus é o Pão verdadeiro que veio do céu

Diocese de Barretos - 3 de agosto de 2024

Jesus é o Pão verdadeiro que veio do céu

Jesus é o Pão verdadeiro que veio do céu

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O evangelho deste 18º domingo do Tempo Comum traz o discurso do “pão da vida”, pelo qual Jesus explica o significado do “sinal do pão” (Jo 6,1-15), ensinando sobre sua identidade de Filho enviado do Pai. A multidão segue Jesus e chega até ele em Cafarnaum, sem ter entendido a distribuição dos pães realizada. Eles perceberam o milagre apenas como meio para saciar a fome, e não como sinal de algo além. Perguntaram-lhe sobre as “obras de Deus” (v. 28). Sua resposta foi que a “obra” que agradava a Deus era acreditarem naquele que ele havia enviado. Há um jogo de palavras e de compreensão, pois os interlocutores perguntavam no plural e Jesus respondia no singular. Eles pensavam nas ações, e Jesus pedia uma atitude de fé (v. 29). 

A seguir, Jesus foi questionado a respeito de suas obras e de qual sinal daria (1Cor 1,22). Os antepassados comeram o maná no deserto (Sl 78,24; Ex 16,15), alimento que legitimava a atuação de Moisés (e Aarão) como enviado por Deus. Agora, eles pediam uma prova da autoridade de Jesus, apesar de terem presenciado, no dia anterior, um sinal que deveria falar por si. Logo, não compreenderam bem o gesto do pão. A resposta de Jesus apela para uma autoridade superior à de Moisés. O Pai foi quem deu aquele alimento no deserto e continua a dar um “pão verdadeiro” vindo do céu. O novo “maná” que Jesus tenta explicar dá vida ao mundo. Chegou o tempo de um pão que gera vida eterna sem a mediação de Moisés.

Novamente, há o desentendimento entre Jesus e seus interlocutores. Ele falava de um pão metafórico, e os ouvintes entendiam outro pão, o material. Por isso, Jesus fala explicitamente: “Eu sou o pão da vida” (v. 35). Quem se aproxima dele sacia a fome e a sede que nada nem ninguém pode saciar. Trata-se da eternidade, que nenhuma matéria pode satisfazer.

Há uma pedagogia de Jesus no ensinamento deste domingo. Ele parte de um evento vistoso e abundante para explicar uma realidade silenciosa, misteriosa e oculta. Enxergar a fartura dos pães não é o suficiente; é preciso reconhecer que Jesus é o verdadeiro “pão do céu” enviado por Deus para a salvação da humanidade. É necessário passar do evento à fé em Deus, que atua na história humana.

Quando Deus deu o pão para que aquele povo se alimentasse, queria alimentar muito mais que o estômago. Queria dar o conforto por meio da presença, do carinho, do amor, da entrega, da revelação de quem ele era. Jesus deu àquele povo um pão comum, mas afirmando que era Ele o pão da vida! Da mesma maneira, nossa fome de vida encontra saciedade em Jesus (Vida Pastoral, Paulus, n. 358).